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Como preparar colas especiais caseiras

Em meu curso de Flores Prensadas e Artes com Flores Naturais, indico alguns tipos de cola que utilizo nos projetos sobre papel.

Além de algumas colas que podemos comprar prontas, existem dois tipos de colas bastante indicados, a cola para encadernação, a base de farinha, e a cola de CMC (carboximetilcelulose). Seguem abaixo as receitas dessas colas.

Cola de CMC

O carboximetilcelulose é um espessante, utilizado para o preparo de colas, como aglutinante para alguns tipos de tintas e até em receitas culinárias. Não é tóxico, não tem cor nem cheiro. Ele é encontrado em pó, um pó branco meio “flocado”, e bastante leve, e para se transformar em cola, precisamos misturá-lo com água. Ele rende bastante, e já preparado como cola (após a mistura com água), deve ser utilizado em até 30 dias, ou, se você guardar o preparo na geladeira, por até 3 meses. Por isso é melhor que você vá preparando pequenas quantidades de cola de cada vez.

50 gramas de CMC rendem 3 litros de cola, mas essa é uma quantidade muito grande para prepararmos de uma só vez, então vou indicar o preparo de uma quantidade menor:

O CMC deve ser muito bem misturado na água, e o jeito mais fácil é batermos no liquidificador, um mixer ou com uma batedeira. Eu tenho equipamentos assim em meu ateliê somente para esse uso, e podemos usar os aparelhos de casa, pois o CMC não é tóxico. Mas se você for usar aparelhos de uso para cozinha, lave-os muito bem com bastante água quente e detergente para retirar todo e qualquer resíduo de alimentos e gordura. Ou, se achar melhor, misture a mão mesmo.

Coloque a água primeiro, e o pó por cima. Misture por uns 2 minutos (em batedeira, mixer ou liquidificador), e por mais de 5 minutos, se for a mão, e deixe descansar em um pote bem limpo e tampado até o dia seguinte. Você irá notar que a mistura fica bem líquida na hora do preparo, mas você deve deixar essa mistura descansar bem, de um dia para o outro, e no dia seguinte ela estará mais grossa, deverá apresentar uma consistência de um gel mais ralo.

Se sua mistura ficar muito rala demais, você pode acrescentar um pouquinho mais de pó. Se ficar muito espessa, bata novamente com mais água. A cola de CMC é assim, bastante variável, podemos fazer mais rala, mais grossa, como a gente preferir. E depois de misturada, eu recomendo deixar em um pote bem tampado e na geladeira, assim ela irá durar mais, de 2 a 3 meses até.

Cola de Amido para Encadernação

  • 3 copos de água filtrada ou fervida
  • 1 copo de amido de milho em pó

Coloque a água fervida ou filtrada e fria em uma panela. Acrescente o amido de milho, e misture muito bem com uma colher de pau, tudo ainda fora do fogo. Depois de misturar bem, leve a panela ao fogo, e vá mexendo sem parar até engrossar. A cola fica bem espessa, e na hora de fazer suas colagens, você pode diluir levemente com mais água filtrada ou fervida, sempre aos poucos, apenas na quantidade que você irá utilizar de cada vez.

É muito importante que você use a panela e colher de pau muito bem limpas, sem traços de alimentos ou gordura, e de preferência usadas apenas para o preparo da cola.

Depois de pronta a cola, deixe esfriar e guarde em potes de vidro ou plástico, com tampa de plástico também, muito bem fechado. Não use potes de vidro com tampas de metal. E essa cola dura cerca de 30 ou 60 dias, na geladeira.

Essas duas colas caseiras são boas pois são neutras e naturais, bastante resistentes e são colas reversíveis, ou seja, a gente consegue remover as colagens feitas com elas, se precisarmos, por exemplo, fazer uma restauração, sem danificar o papel. Mas isso não quer dizer que conseguimos fazer as colagens com as flores e folhas e removê-las depois, recuperando-as. São colas reversíveis que preservam os papéis.

Elas não apresentam uma secagem muito rápida também, secam mais lentamente, e isso também é bom, pois assim podemos, na hora de montar os projetos, reposicionar os elementos da colagem mais facilmente.

Eu ainda prefiro usar a cola gel da marca Corfix, a que uso, em meus projetos com flores prensadas, pela praticidade e porque é mesmo muito boa, mas as duas colas acima são excelentes, sobretudo para projetos de encadernações e livros de artista.

Passarinhos, sempre

Ah, os passarinhos… todo meu encanto por eles, que vocês já sabem é imenso, eu trago para as diferentes técnicas que faço, e não apenas na pintura do Bauernmalerei na Mantiqueira.

Adoro fazer serigrafias com eles, e essa, acima, é uma costura feita a partir de uma serigrafia que fiz a partir de um desenho, que virou tela, bordado e ainda mais… Ficou confuso?

Eu conto a história para vocês. 😀

Meu caderno de desenhos

Tudo começou em meu mais antigo caderno de desenhos, quando pintei esse passarinho acima, com guache. Acho que eu ia pintar uma tela, mas nem me lembro ao certo quando foi. Só posso dizer que faz bastante tempo, e ele ficou ali, esquecido.

Em 2016 eu estava fazendo uma nova série de serigrafias de bichos, e me lembrei desse desenho. Então, ele virou uma serigrafia, com algumas diferenças, mudei um pouco as cores, os detalhes, mas o passarinho era o mesmo.

O caderno, com as duas imagens, lado a lado.
Serigrafia pronta,
que colei no caderno

Eu costumo partir de esboços mais simples ao fazer minhas serigrafias, por isso, no trabalho finalizado, os traços acabam mais bem elaborados. E a mudanças das cores acontece mesmo… acho que eu me guio muito mais pela minha “inspiração do momento”, então as cores, na gravura, refletiam meu estado de espírito naquela época.

O bacana foi que, ao fazer a serigrafia acima, imprimi esse mesmo pássaros em algumas folhas de rascunho, em jornais, e até mesmo em tecido, o que resultou em outros trabalhos com ele. Um deles, é a primeira imagem desse post, meu caderno de técnicas e motivos com costura em papel.

O outro trabalho, que gostei muito também, foi o Livro de Feltro com alguns pontos de bordado, que registrei em vídeo, aqui.

No ano seguinte, em 2017, eu resolvi pintá-lo em uma tela, para meu canal de vídeos. Eu tinha uma tela painel que estava com fundo aplicado, e como eu gostei tanto desse pássaro, foi ele o escolhido para ser o tema dessa pintura abaixo, que também registrei, em outro vídeo, que você pode assistir aqui.

Tela pintada em 2017

Estava rendendo mesmo, porque eu 2016 ele virou uma tatuagem. Isso qye é gostar de um desenho, não é mesmo?

Minha tatuagem desse pássaro.

Minhas tatuagens são de desenhos meus, e esse não poderia deixar de ser registrado. Eu amo esse passarinho! E como gosto tanto dele e decidi fazer esse registro, ele vai ganhar um nome. E vai passar a se chamar Örn, um nome de origem islandesa, que significa águia. O meu passarinho não é uma águia, mas é um pássaro bravo e corajoso, admirador do sol. 😉

E falando sobre fazer artesanato no dia do artesão…

Êita! E não é que hoje é dia do artesão? 🙂

O artesanato esteve presente em toda minha vida.
Mas não é coisa fácil não… É coisa para gostar e ser feliz, mas fácil, não mesmo. E nesse dia, como uma homenagem a todas e todos que tem um história com o artesanato, eu relembro a minha história, que contei em dois vídeos no Cores da Cris mês passado e que vocês podem ver abaixo:

Feliz dia do artesão!