Venda sob encomenda ou pronta-entrega?

Toda primeira segunda-feira do mês é dia de postar meu editorial no site do Clube de Artesanato. Nesse espaço eu escrevo sobre temas relevantes para quem faz artesanato, como hobby ou profissão.

Adoro escrever sobre isso, afinal, é minha realidade também Sou artesã, já experimentei de tudo nesse universo e acho que posso ajudar com minhas experiências.
O tema de hoje é sobre as formas de vendas encomenda e pronta-entrega.

Aí vai o texto:

Encomenda ou pronta-entrega?

Vender seu artesanato apenas sob encomenda ou pronta-entrega, qual a melhor opção? Esse é um questionamento que todo artesão certamente já se fez…

Quem trabalha com a produção artesanal está sempre se deparando com algumas dúvidas sobre a melhor maneira de fazer suas vendas, e, assim, ampliar seu negócio, tornar sua atividade rentável. Mas, enfim, qual a melhor opção, aceitar encomendas de suas peças ou apenas vender sua produção, em pronta-entrega?

Difícil encontrar apenas uma resposta certa, afinal, cada profissional trabalha de uma maneira distinta, com focos distintos também. Mas alguns pontos podem ser levantados, e, assim, ajudá-la (o) a encontrar a melhor alternativa para você.

Vejamos: na venda em pronta-entrega é necessário que o artesão produza as peças e, portanto, invista seu tempo de trabalho e matéria prima naquela produção. Se ele já conhece seu mercado e sabe que as vendas estão certamente garantidas, não há nenhum problema em trabalhar dessa maneira.

Por outro lado, se o produto em questão tem um custo muito elevado, ou demanda muito trabalho, certamente será muito arriscado fazê-lo sem a garantida da venda.

Já as vendas sob encomendas não necessitam desse investimento prévio, porém apresentam um risco natural de que a operação não se concretize. Muitos clientes desejam o produto pronto naquele momento, e nem sempre estão dispostos a esperar.

Alguns cuidados e adaptações na sua maneira de trabalhar e negociar seus produtos podem ser úteis em ambos os casos. São eles:

– Ao trabalhar com pronta-entrega, tenha conhecimento, da forma mais precisa possível, da sua capacidade de venda. E procure produzir por linhas ou coleções, com um número limitado porém suficiente de peças para atender a demanda.
– Para que sua margem de lucro seja maior, utilize matérias primas com produtos em melhores condições de preços, como, por exemplo, um corte de tecido em fim de estoque com desconto, ou as últimas peças de madeira daquele modelo, também em oferta. Dessa maneira sua coleção terá um preço mais atraente, e poderá ser vendida mais facilmente.
– Se deseja trabalhar apenas assim, por produção, pense bem antes de atender um cliente que pede uma mudança aqui ou ali em seu produto. Muitas vezes para fazer essas adaptações você poderá gastar bem mais do que o previsto para a peça, e todo seu lucro irá embora.
– Ao aceitar encomendas, certifique-se de que você pode atender, dentro da sua capacidade de trabalho e do custo da peça, aquilo que o cliente deseja. Estabeleça alguns critérios para a encomenda, como variação de cores, formatos ou tamanhos, mas evite mudanças que descaracterizem sua amostra.
– Também calcule muito bem o tempo necessário para atender uma encomenda, e deixe claro ao seu cliente qual o prazo de entrega, certificando-se de que ele está de acordo.
– Ao aceitar uma encomenda, cumpra o prazo. Não há nada mais decepcionante para um cliente do que uma entrega adiada.
– Pedir um adiantamento ou sinal em caso de encomendas é sempre uma boa garantia de que o cliente irá mesmo ficar com a peça. E é fundamental quando o custo do material é alto e precisará ser adiantado, ou no caso de peças muito específicas, que não servirão para outros clientes, como um enfeite de maternidade com o nome do bebê, por exemplo.

Seja qual for a sua opção de venda preferida, lembre-se que um belo mostruário de peças, organizado e atualizado, é fundamental na hora de oferecer qualquer produto. Capriche nas fotos e na apresentação, cuide de detalhes como etiquetas e embalagens, e tenha uma tabela de preços sempre atualizada, para não deixar nenhum potencial cliente sem respostas. Negocie tranquilamente, mas mostrando conhecimento pleno daquilo que você produz.

Cuide de sua produção artesanal com profissionalismo e certamente não lhe faltarão clientes, nem para as vendas pronta-entrega nem para as encomendas.

E que tenham um mês pleno de trabalho!

Cristina Bottallo
Curadoria do Site do Clube de Artesanato


13 comentários em “Venda sob encomenda ou pronta-entrega?”

  1. Gostei do artigo, mas tenho uma dúvida. Trabalho sob encomenda e peço 30% de entrada. Mesmo assim estou com uma cliente que não buscou a encomenda. E já tem 3 meses q ficou pronta. O q fazer? Me ajude por favor.

    1. Andrea, o ideal é a gente sempre mandar para a pessoa por escrito (por email) uma confirmação do pedido com um prazo máximo, e prevendo que em caso de não conclusão da encomenda, o sinal não será devolvido.
      Vc pode mandar uma vez mais um aviso a ela com um prazo para ela concluir a compra, e dizendo, que caso ela não a conclua e não a retire, o sinal não será devolvido e a peça ficará para vc fazer o que achar melhor com ela. Faça por escrito, para formalizar, e nos próximos pedidos, coloque essas regras claramente ao receber o pedido e sinal do cliente.

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