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Artes com Técnicas Mistas

Ontem teve live no meu canal no youtube, e nela falei sobre ser multipotencial, gostar e fazer muitas coisas ao mesmo tempo… As lives do meu canal ficam sempre gravadas, e você pode assistir aqui.

Também falei sobre técnicas mistas, ou mixed media, um tema que me interessa muito, e que venho praticando desde o ano de 2009, quando conheci os trabalhos de Art Journal, ou cadernos de artista.

Alguns cadernos com capas em mixed media

Na época eu estava fazendo um curso de Encadernação, e conheci o site de imagens flickr. Lá encontrei artistas que faziam seus cadernos de arte, e me encantei com a possibilidade de encher cadernos com técnicas variadas, e fazer disso, do próprio caderno, uma manifestação de sua expressão artística. Eu sempre adorei trabalhar com papel, e amo cadernos e livros (quem não?), mas entendia um pouco errado a ideia dos cadernos de artista, e confesso que nunca fui muito boa em manter diários…

Detalhe com a serigrafia sobreposta na capa com texturas e pinturas variadas.

Além desse curso de encadernação, foi em 2009 também que conheci as técnicas de scrapbook, uma técnica de se fazer álbuns com recortes, anotações e fotografias, com um registro das nossas memórias mais importantes. E ao contrário do que a gente pode pensar, essa técnica não foi “inventada” pelas empresas americanas de papelaria, é uma prática muito antiga, mas que naturalmente surgiu de forma um tanto diferente do que conhecemos hoje, e despertou a indústria dos materiais, quando as empresas perceberam o potencial que havia nessa prática, que pode ser um hobby muito interessante para pessoas curiosas e criativas.

Mais um caderno com capa em mixed media e aplicação de uma serigrafia (borboleta)

Ao conhecer essas técnicas, percebi que havia ali um caminho excelente para eu misturar coisas que gostava muito de fazer, como a serigrafia, com a pintura e colagem, e mais, usar e aplicar materiais que adorava, como tinta guache, aquarela, crayons e pastéis em projetos que faziam muito mais sentido para mim, do que, por exemplo, simplesmente fazer um desenho com crayons em uma folha de papel.

Livro em “Alltered Art”

E foi aí também que conheci os trabalhos em “Altered Art”, que são técnica em que transformamos objetos comuns e peças artísticas e decorativas, dando a eles novos significados (como o nome diz, em tradução livre, “arte alterada”). E aí então passei a misturar tudo isso, criando novos livros de artista a partir de livros prontos, ou caixas em quadros, e assim por diante.

Nas próximas semanas irei resgatar aqui, em meu canal de vídeos no youtube e em meu perfil no instagram várias técnicas, posts, ideias e sugestões com todos esses temas. Espero que vocês gostem de acompanhar!

E então, fui selecionada para um Salão de Arte Contemporânea!

Esse ano têm sido muito diferente para todas e todos nós, não é mesmo? Pois é… durante o período de isolamento, em que ainda nos encontramos, e com todas as dificuldades para trabalhar normalmente, por conta de inúmeras questões – não estava indo para meu ateliê em SP, onde estão meus equipamentos de serigrafia e gravura, as necessidades domésticas, que aumentaram com o fato de ficarmos 24 horas por dia em casa, nossa cachorrinha Filó que chegou, e demandava muita atenção o tempo todo – acabei pausando minha produção artística com gravuras, e, por isso mesmo, resolvi organizar minha produção já realizada, coisa que nunca fiz antes de forma profissional.

Serigrafias da série “Paisagens Imaginárias”

E com esse intuito, de organizar meu portfólio, acabei encontrando uma pessoa que me ajudou muito, uma amiga, artista visual e curadora, com larga experiência no trabalho de organização de portfólios, projetos de arte e exposições, a Cristina Suzuki. A Cris oferece esse serviço, e é muito boa, eu recomendo!

Ela foi curadora da minha montagem da exposição “A Árvore do Dia” no espaço cultural e Livraria Alpharrabio, que fica na minha cidade natal, Santo André, no ano de 2012.

Algumas das serigrafias dessa exposição

Acabei contratando serviços diferentes que a Cris oferece, primeiro, a organização de meu portfólio, e depois, a orientação e inscrição em diversos Salões de Arte Contemporânea que estavam com seus editais abertos e as inscrições também. Ao todo, me inscrevi em seis Salões, sendo que um deles, o “Primeira Salão de Arte sobre Papel Moinho Brasil”, fiz através de uma chamada nas redes sociais, e não com a orientação da Cris. E Acabei entrando em dois deles, esse que menciono acima, e que foi totalmente virtual, e o último para o qual me inscrevi, o 7. Salão de Artes de Mogi das Cruzes, Prêmio Sussumu Arakami, e que ainda irá acontecer, de forma presencial, ou seja, ele será montado na cidade, que fica no interior de SP, no próximo mês de outubro/2020.

Fiquei muito feliz, duplamente feliz, naturalmente, por ter entrado nos salões, sobretudo nesse último, pois fiz uma inscrição orientada, e agora, com um portfólio completo organizado, me sinto muito mais apta a continuar essa trajetória, produzindo novas obras e me inscrevendo, quem sabem, para outros salões ano que vem.

Obra selecionada, o múltiplo “Paisagens Imaginárias”

A obra que foi selecionada é essa acima, um múltiplo, composto por 40 serigrafias em pequeno formato (18×18 cm o papel, 10×10 cm a mancha gráfica), e o tema, minhas paisagens imaginárias, terras com as quais sonho e onde me imagino, onde existem dois ou três sóis, onde a lua e o sol estão juntos, onde a terra e o céu podem ter qualquer cor. Adoro esse tema, como vocês já sabem, e gosto da ideia dessa imagines se formarem durante meu processo de trabalho, com algum planejamento prévio, e muita composição durante as impressões.

Mais um detalhe da série

A única coisa comum em todas as 40 imagens é o quadrado inicial, com 10×10 cm, que eu imprimi em diferentes cores, e que vão, aos poucos, tomando novas formas. Cada uma delas é única, porém tem alguma ligação, algum elemento, que também aparece em alguma outra imagem, o que as torna todas conectadas.

Quando o Salão estiver montado, voltarei aqui com mais imagens para contar a vocês como foi. Eu fique realmente feliz, para um ano de pouca produção, ao menos consegui me organizar melhor e participar de exposições como eu queria. Coisa boa!

Aqui vocês podem ver meu portfólio resumido, organizado por ela. O portfólio completo eu irei subir na plataforma em breve.

Livrinhos nas Caixinhas, mais um…

É o universo ou o inverso?

É mais um livrinho saindo da bancada de serigrafia e indo para uma caixinha. 😀

A caixinha também ganhou uma estampa em serigarfia.
E esse é meu nono livro na caixinha.
(Ainda preciso mostrar o oitavo!)


E mais uma participação na Miniprint de Cadaqués

Essa foi a quarta edição da exposição MiniPrint de Cadaqués, de Barcelona, na Espanha, da qual fiz parte, uma exposição internacional de gravura, da qual participam artistas de inúmeros países.

Minha primeira participação na Cadaqués foi em 2013.
Participei em seguida, em 2014, depois em 2016 e essa última, a edição de 2017, mas que também teve uma montagem na UK nesse ano de 2018.

No começo do mês recebi o catálogo da exposição com uma das minhas obras apresentadas (foram 4). E sempre fico muito feliz com mais um catálogo, e mais uma participação.

As gravuras de pequeno formato são uma modalidade que gosto muito, sempre gostei. Pelo tamanho, pois gosto de fazer obras pequenas, e também pela circulação dos trabalhos. As gravuras literalmente viajam o mundo, e, dessa maneira, pessoas de lugares muito distantes acabam conhecendo meu trabalho também.
Coisa boa!

E vou contar uma história para vocês…

Quando eu ainda estava na faculdade (tinha 18 anos), e estava aprendendo a fazer serigrafia artística com meu professor, o Yurio Okada (ele era o serígrafo do Manabu Mabe e da Tomie Otake, veio do Japão para implantar a serigrafia aqui), ele me mostrou um catálogo como esse, de uma exposição de miniprints internacional, acho que era de Portugal, se não me engano, com um trabalho dele.

Me encantou tanto ver tantas obras de tantos artistas e de todos os lugares, que acho que fiquei com isso na cabeça, e no coração. Foi muito importante para mim naquele momento, a “infância da minha arte”, e eu disse, lá, final do anos 80, que eu queria isso para mim também.
Por isso é que gosto tanto dessas exposições… 😉

Já enviei trabalhos para mais três exposições de MiniPrint esse ano, e uma delas será a edição de Cadaqués de 2019.
Estou aqui torcendo para ser selecionada de novo! 😀