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E então, fui selecionada para um Salão de Arte Contemporânea!

Esse ano têm sido muito diferente para todas e todos nós, não é mesmo? Pois é… durante o período de isolamento, em que ainda nos encontramos, e com todas as dificuldades para trabalhar normalmente, por conta de inúmeras questões – não estava indo para meu ateliê em SP, onde estão meus equipamentos de serigrafia e gravura, as necessidades domésticas, que aumentaram com o fato de ficarmos 24 horas por dia em casa, nossa cachorrinha Filó que chegou, e demandava muita atenção o tempo todo – acabei pausando minha produção artística com gravuras, e, por isso mesmo, resolvi organizar minha produção já realizada, coisa que nunca fiz antes de forma profissional.

Serigrafias da série “Paisagens Imaginárias”

E com esse intuito, de organizar meu portfólio, acabei encontrando uma pessoa que me ajudou muito, uma amiga, artista visual e curadora, com larga experiência no trabalho de organização de portfólios, projetos de arte e exposições, a Cristina Suzuki. A Cris oferece esse serviço, e é muito boa, eu recomendo!

Ela foi curadora da minha montagem da exposição “A Árvore do Dia” no espaço cultural e Livraria Alpharrabio, que fica na minha cidade natal, Santo André, no ano de 2012.

Algumas das serigrafias dessa exposição

Acabei contratando serviços diferentes que a Cris oferece, primeiro, a organização de meu portfólio, e depois, a orientação e inscrição em diversos Salões de Arte Contemporânea que estavam com seus editais abertos e as inscrições também. Ao todo, me inscrevi em seis Salões, sendo que um deles, o “Primeira Salão de Arte sobre Papel Moinho Brasil”, fiz através de uma chamada nas redes sociais, e não com a orientação da Cris. E Acabei entrando em dois deles, esse que menciono acima, e que foi totalmente virtual, e o último para o qual me inscrevi, o 7. Salão de Artes de Mogi das Cruzes, Prêmio Sussumu Arakami, e que ainda irá acontecer, de forma presencial, ou seja, ele será montado na cidade, que fica no interior de SP, no próximo mês de outubro/2020.

Fiquei muito feliz, duplamente feliz, naturalmente, por ter entrado nos salões, sobretudo nesse último, pois fiz uma inscrição orientada, e agora, com um portfólio completo organizado, me sinto muito mais apta a continuar essa trajetória, produzindo novas obras e me inscrevendo, quem sabem, para outros salões ano que vem.

Obra selecionada, o múltiplo “Paisagens Imaginárias”

A obra que foi selecionada é essa acima, um múltiplo, composto por 40 serigrafias em pequeno formato (18×18 cm o papel, 10×10 cm a mancha gráfica), e o tema, minhas paisagens imaginárias, terras com as quais sonho e onde me imagino, onde existem dois ou três sóis, onde a lua e o sol estão juntos, onde a terra e o céu podem ter qualquer cor. Adoro esse tema, como vocês já sabem, e gosto da ideia dessa imagines se formarem durante meu processo de trabalho, com algum planejamento prévio, e muita composição durante as impressões.

Mais um detalhe da série

A única coisa comum em todas as 40 imagens é o quadrado inicial, com 10×10 cm, que eu imprimi em diferentes cores, e que vão, aos poucos, tomando novas formas. Cada uma delas é única, porém tem alguma ligação, algum elemento, que também aparece em alguma outra imagem, o que as torna todas conectadas.

Quando o Salão estiver montado, voltarei aqui com mais imagens para contar a vocês como foi. Eu fique realmente feliz, para um ano de pouca produção, ao menos consegui me organizar melhor e participar de exposições como eu queria. Coisa boa!

Aqui vocês podem ver meu portfólio resumido, organizado por ela. O portfólio completo eu irei subir na plataforma em breve.

E mais sobre o caderno…

No post anterior eu mostrei um projeto do meu caderno de pesquisas e esboços, mas com um dos passarinhos mais antigos que desenhei por lá.

Hoje quero mostrar os passarinhos mais recentes que pintei, nesses últimos dias.

As últimas páginas do meu caderno

Esse caderno, como já falei, é o mais antigo que faço, e ele têm durado tanto porque, confesso, nunca fui muito organizada com relação a isso… rs. Explico: ao invés de usá-lo para fazer esboços, testes, rascunhos, eu ficava sempre esperando a “ideia perfeita” para registrar lá, e acabava usando o método clássico de fazer as anotações em folhas avulsas, que se perdem e espalham por aí. Grande erro meu. Hoje sei o quanto é gostoso finalizar um caderno, do jeito que for. Mas agora eu embalei, e logo espero terminá-lo. 😀

Na semana passada eu resolvi tirar umas tontas bem antigas do armário, e pintei uns caderninhos com uns gauches muito legais. Só que sobrou um pouco dos guaches na paleta, e fiquei com dó de deixá-los secar, então resolvi pintar dois retângulos, meio aleatoriamente, combinando algumas cores, em uma das páginas, e na outra, esfreguei a bandejinha descartável onde estavam os restinhos das tintas. Ficou assim:

Fundos pintados com sobras de tinta guache

O passo seguinte foi pintar os passarinhos. Sim, sempre eles, tema desse mês aqui em meu blog e nas redes.

Resolvi pintar bem rapidamente, sem pensar muito, utilizando outro conjunto de tintas que eu tinha há tempos, mas que usei muito pouco, umas acrílicas decorativas da Duncan. Eu não tenho muitas cores dessas tintas, e me faltou justo o amarelo, cor que gosto tanto de usar. Mas tinha uma metálica ouro bem claro, e acabei me virando com ela. 😉

O que eu gostei dessa experiência e devo aplicar e repetir:

  • Fazer os fundos assim, manchados, com restos de tinta. Vale super a pena, porque fica muito interessante, original e ainda por cima não há desperdício de material
  • Pintar um novo desenho/motivo deixando que o fundo já todo colorido apareça em algumas partes, como nas bolinhas do passarinho rosa e nos detalhes do rosto asas do passarinho maior.

E no final de tudo ainda aproveitei o restinho dessas tintas na bandejinha e fiz mais uma página manchada, para um novo desenho que ainda não fiz. Mas voltarei para mostrar, aguardem!

O mais legal de um caderno de rascunhos e esboços é justamente isso, fazer sem freios, sem pensar muito, sem elaborar demais. Eu acho que sou meio detalhista e um tanto demorada para fazer e finalizar certas técnicas. Com a experiência desses cadernos estou aprendendo a me soltar mais. Coisa boa! E até a próxima conversa… <3

Passarinhos, sempre

Ah, os passarinhos… todo meu encanto por eles, que vocês já sabem é imenso, eu trago para as diferentes técnicas que faço, e não apenas na pintura do Bauernmalerei na Mantiqueira.

Adoro fazer serigrafias com eles, e essa, acima, é uma costura feita a partir de uma serigrafia que fiz a partir de um desenho, que virou tela, bordado e ainda mais… Ficou confuso?

Eu conto a história para vocês. 😀

Meu caderno de desenhos

Tudo começou em meu mais antigo caderno de desenhos, quando pintei esse passarinho acima, com guache. Acho que eu ia pintar uma tela, mas nem me lembro ao certo quando foi. Só posso dizer que faz bastante tempo, e ele ficou ali, esquecido.

Em 2016 eu estava fazendo uma nova série de serigrafias de bichos, e me lembrei desse desenho. Então, ele virou uma serigrafia, com algumas diferenças, mudei um pouco as cores, os detalhes, mas o passarinho era o mesmo.

O caderno, com as duas imagens, lado a lado.
Serigrafia pronta,
que colei no caderno

Eu costumo partir de esboços mais simples ao fazer minhas serigrafias, por isso, no trabalho finalizado, os traços acabam mais bem elaborados. E a mudanças das cores acontece mesmo… acho que eu me guio muito mais pela minha “inspiração do momento”, então as cores, na gravura, refletiam meu estado de espírito naquela época.

O bacana foi que, ao fazer a serigrafia acima, imprimi esse mesmo pássaros em algumas folhas de rascunho, em jornais, e até mesmo em tecido, o que resultou em outros trabalhos com ele. Um deles, é a primeira imagem desse post, meu caderno de técnicas e motivos com costura em papel.

O outro trabalho, que gostei muito também, foi o Livro de Feltro com alguns pontos de bordado, que registrei em vídeo, aqui.

No ano seguinte, em 2017, eu resolvi pintá-lo em uma tela, para meu canal de vídeos. Eu tinha uma tela painel que estava com fundo aplicado, e como eu gostei tanto desse pássaro, foi ele o escolhido para ser o tema dessa pintura abaixo, que também registrei, em outro vídeo, que você pode assistir aqui.

Tela pintada em 2017

Estava rendendo mesmo, porque eu 2016 ele virou uma tatuagem. Isso qye é gostar de um desenho, não é mesmo?

Minha tatuagem desse pássaro.

Minhas tatuagens são de desenhos meus, e esse não poderia deixar de ser registrado. Eu amo esse passarinho! E como gosto tanto dele e decidi fazer esse registro, ele vai ganhar um nome. E vai passar a se chamar Örn, um nome de origem islandesa, que significa águia. O meu passarinho não é uma águia, mas é um pássaro bravo e corajoso, admirador do sol. 😉