Arquivo da categoria: Trabalhos Manuais

MINI-CÔMODAS COM APLIQUES EM MDF – 13

Ontem a Juliana me escreveu pedindo novidades em MDF…
Então aí vai uma sugestão bem bacana:


Mini-cômoda com apliques em MDF

Essa é uma técnica que fica muito, muito legal e é bem fácil de fazer. As peças em MDF como caixas, porta-jóias e mini-cômodas com as das fotos são fáceis de ser encontradas, e você irá encontrar facilmente também pequenos recortes com desenhos variados como corações, flores, folhas, estrelas…

Então vamos combiná-los seguindo o passo-a-passo:

– As peças de MDF em geral não precisam ser lixadas porque esse é um material de textura uniforme, mas é bom passar uma lixa nos cantos das peças para retirar eventuais rebarbas.

– Pinte as peças com tinta acrílica decorativa Decorfix Fosca nas corees desejadas. Observe que as cômoda deve ser pintada com uma cor e os detalhes como puxadores, frisos e pés com outra cor. Não tenha medo de combinar, cores vivas e alegres ficam muito bem juntas.

Dicas para a pintura ficar perfeita:

* Utilize pincéis chatos de filamentos sintéticos.
* Aplique duas a três demãos de tinta para dar um perfeito acabamento.
* Aplique a primeira demão da tinta pura e as seguintes com a tinta levemente diluída com água.
* Aguarde secagem completa entre cada demão e observe que a cada nova aplicação levará mais tempo para que a tinta seque.
* Não deixe que excessos de tinta se acumulem nos cantos.

– Pinte os recortes da mesma maneira, apenas varie as cores conforme o motivo e faça detalhes com traços, bolinhas e arabescos para enfeitar os apliques.

– Cole os apliques na mini-cômoda com cola branca e deixe secar bem.

– Para dar melhor acabamento e proteger a pintura passe uma camada de cera em pasta incolor na peça, deixe secra por uns 10 minutos e lustre com uma flanela.

Vejam mais sugestões dessa técnicas:


Mini-cômoda com seis gavetas

E outras opções de cores:

Façam a técnica, é muito fácil e o resutado é muito, muito legal!
Esperam que vocês e a Juliana tenham gostado bastante dessa idéia…Afina foi para atender a um pedido dela!

Beijos a todos…

CAIXINHA COM LIVRINHO ENCADERNADO – 12

Ontem comecei mais um curso de encadernação na ABER (Associação Brasileira de Encadernação e Restauro), aliás, para ser mais exata de papelaria artística. Falei encadernação por que essa escola é especializada nesse tema…

O que quero dizer é que, enfim, vou aprender a fazer caixas e embalagens artísticas. Esse é um desejo antigo meu, por que, confesso a vocês, sempre fui muito desajeitada com pacotes e coisas relacionadas. Aliás, era meu marido quem encapava os livros e cadernos dos nossos filhos na época da escola, ele sempre levou muito mais jeito do que eu, acreditem!

E além de ser uma oportunidade para mim, esse curso será ótimo para o blog também, afinal terei mais técnicas para postar. Podem aguardar que até o final de semana colocarei umas imagens do curso aqui.

Por enquanto, trago uma sugestão de técnica de encadernação e caixa de madeira decoradas da mesma forma, para vocês se inspirarem:


Caixinha com livrinho encadernado

Eu fiz as peças da seguinte maneira:
– O livrinho foi feito em papel telado, que é um papel com textura de tela, próprio para pintura com tintas a óleo ou acrílica. Recortei as páginas todas do mesmo tamanho e pintei cada uma delas. As pinturas foram feitas com tintas acrílicas para telas.

– As ilustrações do livrinho foram feitas com recortes de papel telado pintados com diferentes cores e texturas. Para criara os efeitos de textura eu utilizei rolinho de espuma, esponjas, carimbos, estênceis… Pintei vários papéis e depois recortei e colei as figuras.

– Depois eu fiz a encadernação com espiral. Eu tenho a máquina de furar, mas se você não tiver, basta levar o material em uma copiadora e pedir que façam para você, é simples e baratinho…Primeiro fazemos a furação na máquina e depois colocamos a espiral manualmente.

– A caixinha de MDF foi pintada com a Tinta Acrílica Decorativa Decorfix Brilhante em diversas cores.

– Cada parte da caixa (tampa, laterais, parte interna etc) foi pintada com uma cor de fundo e depois trabalhada com uma cor contrastante para criar os efeitos de textura, como esponjados e estampas feitas com carimbos e estênceis.

– A decoração final ficou por conta das miçangas e contas colocadas em fios de nylon presos no coração vazado da tampa.


O livro vem dentro da caixa

O livrinho cabe direitinho dentro da caixinha, e o conjunto fica muito bacana…
Espero que vocês gostem, fiz outra sugestão de encadernação nessa mesma linha e mostrarei para vocês depois em outro post.

Um abraço!


GALINHA D’ANGOLA – TÉCNICA 06

Minha sugestão de técnica para hoje é também uma homenagem a um trabalho artesanal que aprecio muito, a arte das “figureiras de Taubaté”, e minha interpretação desse trabalho vai (modestamente) com a pintura dessa singela galinha d’angola:


Galinha d’Angola

Veja o passo-a-passo completo dessa técnica, como fotos, em breve na página ATELIER – PASSO-A-PASSO do meu site www.cristinabottallo.com.br

Para quem não conhece, Taubaté é uma cidade que fica no Vale do Paraíba (SP), a 134 km da capital. As figureiras de Taubaté são as artesãs (assim chamadas porque em sua maioria são mulheres) que trabalham na região e criam um artesanato bem tradicional, modelando o barro cru e esculpindo figuras que representam seu cotidiano, a natureza de sua terra e também algumas cenas e figuras de caráter religioso.

As figureiras modelam suas obras usando barro trabalhado e amassado manualmente. Usam para dar acabamento ferramentas improvisadas, como: estiletes, facas, palitos, hastes de bambu etc. Em algumas figuras são aplicados componentes, como arame e outros materiais.

A maioria dos trabalhos são esculturas de pequeno porte e por esta razão não necessitam ser levadas ao forno para queimar, já que se tratam de objetos decorativos. As peças são secas ao tempo, por cerca de 24 horas. E, após secagem, são pintadas detalhadamente com tintas para artesanato de fixação a frio. Uma das características mais marcantes do trabalho das figureiras são as cores vibrantes das peças e ricos adornos, que complementam e detalham cada motivo.

Os principais tipos e cenas abordados pelas figureiras são: O Pavão, também chamado Galinho do Céu, sob várias formas e sua Chuva. A Galinha d’Angola sozinha e na forma de chuva, a Arca de Noé, os tipos regionais-lavadeiras, passadeiras, jardineiros, lenhadores, vendedores de galinha, mulher alimentando as galinhas com milho, mulher socando o pilão, preta velha, pescador, violeiro, pedreiro, sanfoneiros, palhaço, carro de boi, os animais- bois, carneiros, raposas, beija-flores, burrinho, galo, galinha, pavão, onça, joaninha e muitos outros; as danças típicas como a quadrilha, o bumba meu boi, a dança-da-fita, entre outras.


Pavão – Imagem de arquivo


Chuva de Pavão – Imagem de arquivo

O site oficial das figureiras de Taubaté, para quem quiser saber mais sobre essa arte, é www.casadofigureiro.com.br

Aproveito que estou falando do interior de São Paulo para deixar aqui registrada minha solidariedade e imensa tristeza pelo lamentável ocorrido em São Luís do Paraitinga, cidade do interior de São Paulo, tombada pelo CONDEPHAAT como Patrimônio Histórico, e que foi quase que totalmente destruída pelas chuvas dos últimos dias. Eu estive por lá duas vezes ano passado, e digo a vocês que essa é uma cidade adorável, com sua população cordial e hospitaleira, seus casarões e igrejas coloniais muito bem preservados, ateliês de artesanato e restaurantes típicos muito agradáveis. A cidade de São Luís do Paraitinga também tinha uma das festas de Carnaval mais tradicionais e populares do Estado de São Paulo, além da maior Festa do Divino Espírito Santo.

Fiquei realmente muito chateada com o ocorrido, e torço para que nossos governantes ajudem a cidade a ser reconstruída o quanto antes. Ontem eu levei doações para a cidade, um gesto pequeno, mas espero que alivie um pouco o sofrimento da população de lá. É realmente muito triste o que aconteceu por lá e em todas as outras cidades de nosso país que têm sofrido muito com a chuvas, como Angra dos Reis no RJ, as cidades do sul, que sofreram muito ano passado e muitas outras…


Igreja Matriz São Luís de Tolosa, em janeiro do ano passado


Aqui estou em frente a um dos ateliês da cidade, com um dos bonecos típicos da cidade, também em janeiro de 2009


AQUARELA RUPESTRE – TÉCNICA 04

A idéia de hoje é uma pintura em papel feita com tinta aquarela e inspirada em desenhos rupestres>

As pinturas rupestres são aquelas realizadas por indivíduos de povos primitivos diretamente nas rochas. Rupestris, do latim, rupes,is – rochedo.

Acredita-se que tais desenhos tinham finalidades diversas, como o registro de alguns acontecimentos relevantes do cotidiano desses indivíduos, registros com finalidades didáticas, rituais de fertilidade, e até mesmo registros de passagem do tempo. Existem diversos sítios arqueológicos no mundo todo com pinturas rupestres, e aqui no Brasil a região mais conhecida por concentrar o maior número de sítios arqueológicos com essas pinturas já encontrada é a Serra da Capivara, que fica no Estado do Piauí.

Eu ainda não visitei essa região de nosso país, mas pretendo fazê-lo.

É muito emocionante ver uma pintura rupestre, e essa emoção eu já experimentei, em 2007, na Espanha. Estava de férias com meu marido na região de Sevilla e fomos visitar uma cidadezinha chamada Ronda. No caminho vimos uma indicação de uma caverna, chamada Cueva de La Pileta, conhecida por suas pinturas rupestres, e decidimos visitá-la. Demos muita sorte porque só é possível entrar na caverna com um guia epecializado e em grupos pequenos, de no máximo 10 pessoas. Chegamos cerca de meia hora antes do grupo sair, por pura coincidência, e, felizmente pudemos acompanhá-los. Foi uma das maiores emoções que já senti quando vi a figura de um enorme peixe, de quase um metro, desenhado em uma das paredes. Foi como me conectar com meus ancestrais pintores!

Acho que o efeito manchado e transparente da aquarela fica muito interessante quando usado nessas pinturas, afinal não temos o controle totoal sobre esse material e novas tonalidades e manchas vão aparecendo, dando a impressão de marcas do tempo.

Nas pinturas originais eram usados pigmentos extraídos de rochas e plantas misturados com gordura animal ou vegetal, e naturalmente não havia uma gama de cores tão variada como a que dispomos hoje, por isso escolha apenas algumas cores para compor sua cena. Faça primeiro a pintura do fundo (céu, montanha ou chão da paisagem), com duas ou três cores, deixando alguns espaços do papel sem pintar…

… e complete pintando os demais elementos com alguma cor contrastante. Deixe secar bem e depois pegue um pincel para filetes com tinta guache preta faça as figuras e detalhes da pintura. Utilize um papel próprio para aquarela e emoldure as pinturas.

As minhas pinturas são pequenas, de no máximo 15×18 cm, e ficam muito bacanas quando colocadas em grupos de 3 ou 4 juntas na parede. Experimente fazer também!


Aplicação de Tinta Relevo

Para aplicar a tinta Relevo 3D, comece sempre pela parte de dentro do desenho (pelo centro) e vá virando a caixinha e fazendo os desenhos por partes. Procure colocar a peça sempre na posição mais confortável para trabalhar, fazendo os movimentos sempre em sua direção, com a peça voltada para você.
Se a aplicação da tinta relevo partir-se, pare, aperte a bisnaga para retirar o ar e recomece colocando a tinta exatamente aonde foi partida. E, por fim, utilize um palito de madeira para “abaixar” a tinta nas emendas, acertando o relevo.


Aplicação de Tinta Relevo Transparente

Ao aplicar a tinta relevo transparente, desfaça as bolhas de ar que se formarem imediatamente, furando-as com o próprio bico do frasco, com um palito ou alfinete. Se a bolha de ar secar, ficará um furinho na aplicação da tinta relevo. Aplique as tintas relevo nas laterais das peças por partes, deixando cada lado secar na horizontal, tomando cuidado para a tinta não escorrer. A tinta relevo transparente pode rachar ou quebrar-se quando aplicada em materiais flexíveis (como telas), já que é mais indicada para superfícies planas e rígidas. E não deve ser aplicada em tecidos, já que não é um produto resistente às lavagens.