Conversinha de domingo: no pain, no gain.

Quanto tempo sem escrever por aqui, que coisa!
Não pensem que abandonei meu blog, é só a correria do final de ano chegando: a falta de tempo, o excesso de compromissos, a pressa em terminar o que começamos…e sempre que o ano vai terminando a gente acaba fazendo algumas reflexões, não é mesmo?

Eu tenho feito muito isso, e uma das ocasiões em que mais tenho tempo para pensar, refletir, fazer meu balanço ou coisa assim é durante minha corrida mais longa aos domingos.

Nada mais natural: correndo por 2h30, 3 horas, sozinha, só o chão à sua frente e seu pensamentos na cabeça, não dá para evitar esse tipo de reflexão. É a melhor terapia e experiência de auto conhecimento: você fica lá, você e sua dor, pensando em tudo, realmente tudo. Nos treinos longos a gente acaba entrando num estado de introspecção ainda mais intenso, todo aquele tempo, o corpo se ajustando, se adaptando, a descarga de hormônios, é uma coisa louca mesmo… Ah, e fazendo um “parênteses” nesse caso específico falo da dor física mesmo. Quando a gente ouve a frase “no pain, no gain” (sem dor, sem vitórias) podemos até pensar que se trata de alguma metáfora filosófica, mas quando essa frase se aplica aos esportes, ela quer dizer exatamente isso: para chegar lá, seja qual for seu objetivo, para se superar, acredite, vai doer.

Bem, pulando a parte da dor, que esse ano realmente esteve presente nos meus treinos, na minha recuperação, tratamento e tudo mais (tive uma lesão e precisei mudar um pouco minha rotina de corridas), o ano foi bem interessante. Um ano de retroceder um pouco, avançar por outro lado, perder algumas coisas e ganhar muitas outras.

Se precisei mudar um pouco minha rotina e aceitar minhas limitações, deixar projetos e planos para trás, adiar algumas coisas, por outro lado vi também outras sementinhas que eu plantei nos anos anteriores tomarem forma e ficarem muito mais firmes. Se perdi algumas boas companhias, por outro lado vi amizades novas chegarem e se tornarem fundamentais para mim.

É assim, o curso natural da vida, nossas vidas de rio de correnteza, com os trechos de águas calmas e outros de alguma (ou muita) turbulência. Os ciclos são bons, importantes, fundamentais, vitais até. Então para que brigar com eles, resistir? Vamos deixar a água correr. Muito melhor, muito mais natural.

Assim são os rios – suas águas sabem para onde devem correr – e acho que na vida devemos agir assim também. A gente pode, e deve, determinar um rumo, o caminho que queremos trilhar, mas em alguns momentos, em alguns trechos, as pedras vão nos fazer desviar desse caminho, não para deixarmos de ser aquele rio, mas para cumprirmos nosso ideal, para chegarmos lá.

Todo rio vai chegar ao mar, não é mesmo?

Assim é, e toda vida deve chegar num lugar maior. Acho que é isso que nos motiva, nos move, nos faz sair da cama a cada dia, o desejo de chegar em algo ainda maior. E o algo maior para mim é uma coisa muito simples: você inteiro, pleno, realizado. Não se trata de possuir coisas, mas sim de realizar coisas, coisas que te fazem ser você, um ser único e pleno. Acho que esse é caminho.

E só para completar a conversa, voltando para a corrida: eu corro ouvindo música, e hoje reparei que nas últimas três ou quatro semanas terminei meu treino ouvindo Pink Floyd, minha banda preferida, e especificamente a música Coming Back do Life. Me dei conta só hoje que não foi à toa: estava elaborando tudo isso que escrevi acima a cada corrida, e essa música fala muito bem disso tudo.

“I knew the moment had arrived
For killing the past and coming back to life.”

“Eu sabia que era chegado o momento
Para matar o passado e voltar à vida.”

Linda música, e para quem não conhece fica aí abaixo o vídeo, vale a pena ouvir.

E assim terminamos a semana, o domingo, com uma energia boa e renovada.
Deixar para trás algumas coisas às vezes é o único caminho, e voltar para a vida é fundamental.
Boa semana a todos!


4 comentários em “Conversinha de domingo: no pain, no gain.”

  1. Oi Cris,linda música e feliz reflexão! A vida é uma constante de acontecimentos, ora bons,outras vezes,nem tanto. O mais importante nisso tudo é a hora de parar,fazer um balanço, remanejar,mudar algumas coisas e ter a chance de continuar. Tenha certeza que os ganhos são em maior número do que as não reallizações. Somos otimistas e temos a proteção divina de Deus, que ilumina e guia nossos caminhos,pode acreditar! Felicidades, tudo de bom! Com carinho,Regina.

    1. Oi, Maria Regina, é isso mesmo, não?
      Adoro esse tempo de reflexões, de avaliar tudo, de mudar… E adoro escrever aqui para vocês.
      Beijos!

  2. Força menina!!! Na vida tudo é aprendizado, seja bom ou ruim, as vezes temos que parar, refletir, mudar os caminhos, mas seguir em frente sempre!!!! Você é uma pessoa abençoada. Abraço forte.

    1. Ah, Sandra, o espírito estava ótimo quando escrevi o texto… Foi mais a conversa final mesmo.
      Obrigada pelo carinho e pelas palavras bonitas… Beijos!

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