Como o tempo e a prática fazem diferença…

Já faz algumas semanas que encontrei na casa do meu pai uma das primeiras peças que pintei coma técnica do Barroco Mineiro, uma variação do Bauernmalerei, de que muito já falei pro aqui…

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Eu aprendi essa pintura no final dos anos 80, lá para 1989. As primeiras referências que encontrei foram em um encarte da revista Manequim, e a técnica era ensinada pela minha primeira professora, já falecida, Norma Donato. Eu simplesmente me apaixonei pela técnica e fui atrás, primeiro fazendo tudo sozinha, como auto-didata, depois fiz uma aula com professora Norma, e foi só o que eu pude fazer, na época eu morava em Santo André e era complicado vir à São Paulo, eu tinha o meu filho Rafael pequeno e estava grávida da Ana. Além disso, não tinha muitas condições para pagar aulas, então fui me virando.

Quando vi essa caixinha, que dei de presente para meu pai, uma das primeiras peças que pintei e que estava em sua casa, tive vontade de comparar com meus trabalhos recentes, afinal, a caixinha de madeira era exatamente a mesma que eu ainda tenho, em madeira natural, em meu ateliê, [ara fazer modelos de pintura bauern, e que, inclusive, já mostrei aqui para vocês. Aí eu a trouxe para meu ateliê (com a promessa de devolvê-la ao meu pai em breve) e fiz as fotos desse post.

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Os materiais também eram outros, naturalmente…
Naquela época usávamos látex de parede tingido com corantes, e vocês mesmos podem ver, não é a mesma coisa. O látex de parede não é uma tinta com a consistência adequada para pintar madeira, e quando o tingimos com os corantes, na quantidade necessária para obtermos os tons, as tintas ficam mais líquidas, e sem “volume” para as pinceladas.

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Mas o que conta mais é a prática e a técnica, sem dúvida.
Escrevo isso e faço questão de mostrar meu primeiro trabalho porque tenho certeza que muitas pessoas começam uma técnica e muitas vezes se sentem frustradas quando não conseguem um resultado que consideram ideal. Toda técnica requer prática, e prática requer tempo e dedicação. Muito tempo, muitos exercícios, muitas peças não tão boas, muitos exercícios meio frustrantes.

É a lógica do 95% de transpiração + 5% de inspiração.
Quem acha que basta talento ou jeito se engana, o que conta mesmo é a dedicação, constante e incansável.

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Essa caixinha acima, pintada há uns dois anos, é apenas um exemplo de como a firmeza das pinceladas vêm com o tempo, e como a prática é fundamental para isso.

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Se hoje você não se sente tão satisfeita (o) com algo que está fazendo, não desista.
Persista, pratique, faça mais exercícios, goste de alguns, nem tanto de outros, e tenha certeza que com o tempo tudo irá melhorar. E sempre pode melhorar.

Minhas pinturas mais recentes, na minha opinião, já estão melhores que as primeiras, e melhores que as últimas também. 😀

Ah, e sempre há um pai, uma mãe, um irmão, tia, avô ou avó que acha tudo que a gente faz lindo, e guarda nossos primeiros trabalhos como um tesouro… 😉


4 comentários em “Como o tempo e a prática fazem diferença…”

  1. Oi, Cristina!
    Na boa, adorei essa caixinha antiga. Embora sua técnica tenha se aprimorado e os recursos de materiais sejam maiores, aquela já denotava a personalidade da artista q vc é hj… Tipo… a essência já era a mesma!
    Bjins

  2. Oi Cris!

    Verdade oque que você falou.
    Sou muito critica nas minhas artes…sempre acho que não está bom rsrs.
    Vou seguir seu conselho para tentar ser menos critica comigo mesma 🙂
    Adorei a primeira caixinha também!
    Beijo e tudo de bom!

    1. Oi, Jana, sei que você é assim, mas talvez eu não tenha escrito uma coisa importante, mesmo nas primeiras pinturas, eu sempre gostei muito delas…
      Beijos!

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