FALANDO SOBRE O TEMPO

Oi, gente, faz tempo que eu não converso com vocês fora dos posts, não é mesmo?

… mas essa semana tanta gente comentou sobre a quantidade de coisas que faço que resolvi falar disso um pouquinho… Me perdoem se eu estiver sendo chata e fugindo do assunto que interessa aqui, que são os trabalhos e técnicas, e também acho super chato gente que fica falando de si mesmo, por isso se parecer algo assim, me perdoem, não foi essa a intenção.

Bem, eu tenho na minha rotina três coisas das quais não abro mão, pelo meu bem estar físico e mental: a corrida, a prática de yôga e minha terapia. É quase profilático – se eu não fizer essas coisas, fico doente. Simples assim. Então no lugar de tomar remédios, acordo às 5h da manhã para me exercitar todos os dias, chego em casa dois dias por semana um pouquinho mais tarde para fazer meu yôga e reservo duas horinhas por semana para sair e ir à terapia.

No mais, trabalho e cuido da casa (como todas as mulheres) e filhos. Meus filhos já estão grandinhos, então o trabalho já não é tanto, mas já passei por períodos na minha vida em que eu ficava uma ou duas noites por semana sem dormir, quando eles eram pequenos e eu só tinhas as madrugadas para trabalhar sossegada. Não faço mais isso, durmo 6 horas por dia. Não é muito, mas também não é tão pouco assim. Eu me adaptei. Ficar sem dormir é péssimo, tenho certeza que parte das minhas ruguinhas e cabelos brancos de hoje são fruto dos abusos daquela época (mas agora eu compenso com minha prática esportiva e de yôga). E quando estou muito cansada, arranjo um tempinho aos sábados e domingos para dar uma dormidinha “de recuperação” a tarde ou de preferência no finalzinho da manhã, depois da corrida e do café. Funciona!

Não perco muito tempo com a casa. Desse lado “dona de casa perfeita” eu abri mão há tempos… Tenho uma empregada e deixo ela fazer as coisas do se jeito, não fico muito em cima porque isso toma tempo, e é justamente meu tempo que eu quero preservar pagando alguém para trabalhar para mim. Minha casa é arrumada e limpa, já está ótimo… Ficar pensando que eu faria mehor é bobagem, eu perfiro trabalhar no meu ateliê…

Faço compras no supermercado pela internet. Pode ser um poquinho mais caro porque eles combram a entrega e os supermercados que entregam não são os mais barateiros, mas a gente compensa comprando menos bobagens: o site é meio lento, você tem que procurar as coisas e isso é chato, então acabo comprando só o que está na lista. É um jeito de economizar também. Aliás, eu uso e abuso das entregas: quitanda, ração dos cachorros, padaria. Pelo menos essa vantagem uma cidade como São Paulo nos oferece, tudo o que você imaginar pode ser entregue em sua casa, e quase sempre sem custos, então o negócio é aproveitar.

Todos os trabalhos que vocês vêem aqui foram feitos por mim, é claro, mas não todos de uma só vez. Muitas das peças são do ano passado ou do anterior, eu apenas fotografei e escrevi os textos agora. Muitas outras que fiz esse ano ainda estão na minha lista de peças por apresentar também, afinal em alguns dias eu não consigo trabalhar exatamente com isso, então eu não produzo coisas novas o tempo todo.

Eu funciono muito por fases, por períodos. Há um tempo para as ideias virem e amadurecerem e outro para elas se realizarem. Muitas vezes o tempo de pouca produção e mais “elaboração” é muito aflitivo, parece que não estamos fazendo nada, mas esse tempo é fundamental – sem passar por ele, não haverá o tempo de produzir, então eu aprendi a aceitar esses ciclos e respeitá-los, sempre buscando controlar a ansiedade. Nem sempre eu consigo, mas como eu corro, faço yôga e terapia, acabo conseguindo um pouquinho melhor.

E quando eu preciso de ajuda, eu peço. Isso é outra coisa que eu aprendi ao longo dos anos, delegar também é um talento. Se você quiser fazer tudo sozinha, não conseguirá fazer nada direito. Então quando sei que não vou dar conta, peço ajuda, pago alguém para preparar os fundos das peças para mim, contrato alguém para me ajudar com as encomendas, ou, como aconteceu recentemente, chamo alguém para me ajudar como o que for preciso, como na arrumação do ateliê. Também acho que nesse caso vale o investimento, mesmo que seja para empatar dinheiro, eu prefiro viabilizar meu trabalho do que ficar parada porque, afinal, não compensa.

Ah, sem falar na diversão: um cineminha por semana; assistir a uma série na TV (que eu adoro!) para relaxar a noite, depois da janta; passear no parque quando o dia está lindo no final de semana; ler um pouquinho todo dia (é importante para exercitarmos a imaginação e a criatividade); sair com os amigos sempre que possível, para variar a conversa e dar um pouco de risada. O descanso e o lazer são fundamentais, nos dão energia para todo o resto.

Aí as coisas vão acontecendo. No ritmo delas. E depois é só ficar satisfeitas com o que temos. É como uma frase que li sobre corrida outro dia, que era mais ou menos assim: “a gente tem que correr com o corpo que tem”. Perfeito! De nada adianta ficar imaginando como seria se fosse diferente. É assim, então que seja o melhor possível desse jeito!

Falei demais! Até amanhã…

Um comentário em “FALANDO SOBRE O TEMPO”

  1. Eu tenho certeza que somos todas iguais, Ana Maria, por isso me animei a escrever. Nossa vida é assim, cheia de coisas normais, e são essas coisas que nos fazem feliz. É pura ilusão achar que há vidas “super hiper mega” diferentes e divertidas. Todo mundo têm um pouquinho disso, mas com uma dose ainda maior de normalidade. E isso é que faz com que algumas coisas sejam tão especiais. Um beijo grande para vc, e obrigada pelo incentivo, qualquer hora dessas escrevo de novo sobre outro tema… Também gostei!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.