Olá, amigas (os)…
Já faz algum tempo que tenho sentido muita vontade de escrever aqui no blog, e hoje parece que vai… vamos lá!
Tenho pensado muito sobre o tempo ultimamente. Nos últimos dois meses eu fiz tanta, mas tanta coisa, que parece até que esses meses duraram uma eternidade. Cada minuto que eu tinha para fazer meu trabalho era aproveitado ao máximo, e mesmo assim parecia que sempre ficava faltando muito mais. O tempo corria, eu contava os dias, a agonia tomava conta de mim.
Uma das mandalas que fiz durante esse tempo…
Eu não sei como é para vocês, mas eu tenho dificuldades com o tempo. Na verdade minha dificuldade está em dimensionar o tempo que preciso para fazer cada coisa (isso eu não percebi sozinha não, meu marido foi quem me apontou o problema) – eu sempre acho que vou conseguir fazer as coisas em menos tempo e, consequentemente, sempre me frustro, porque fatalmente fica faltando tempo para terminar tudo. Querem um exemplo?
Pois bem, nesses dois meses eu gravei dois DVDs, montei duas exposições e fiz duas matérias importantes para revistas, além das coisas normais do meu dia a dia, como cuidar da minha loja virtual (separar e enviar pedidos); administrar a parte burocrática do meu trabalho (pagar contas, organizar papéis, fazer compras, arrumar o ateliê); escrever aqui no blog. E some a isso as coisas pessoais como cuidar da casa, fazer meu esporte diário, minhas aulas de yoga, ficar com a família e amigos (bem, essas foram meio prejudicadas, na verdade). É muita coisa. Mesmo assim eu deixei muitas outras de lado, acreditem. E isso dá uma agonia imensa. Vejo as pessoas ao meu redor e as imagino organizadas, com total controle sobre suas coisas e seu tempo, super produtivas. E me sinto meio incompetente.
Resolvi prestar mais atenção nisso e até fazer umas contas, aí observei que a produção foi intensa: nesses dois meses fiz 103 trabalhos entre relicários, serigrafias, telas, páginas de scrapbook, árvores, peças de bauernamlerei, mandalas, cartões, bandejas, molduras. Uau!
Ainda assim deixei três telas e 2 relicários grandes por terminar (peças que iriam para exposição na Mega), isso sem contar aqueles trabalhos que eu pretendia fazer e que acabei nem começando. Meus trabalhos são elaborados (não complicados, mas trabalhosos), demandam tempo. E eu não sou exatamente rápida. Ou sou e não me dou conta, sei lá (a gente sempre acha que os outros fazem melhor do que a gente, afinal de contas…).
Bem, mas voltando ao tema, o tempo. Como ele é curioso… Ou melhor, como a percepção que temos do tempo é interessante. Um dia é pouco? “Só mais um dia”, dizemos… Mas em um dia inteiro dá para fazer tantas coisas…
No meio daquela correria toda cada minuto era precioso. Cada peça parecia levar uma eternidade para ficar pronta, e, ao mesmo tempo, cada hora era repleta de movimentos: pegar, medir, cortar, ajustar, remontar, colar, medir de novo, desenhar, riscar, cobrir, secar, preparar, aplicar… 103 coisas que precisaram de dezenas de etapas para ficarem prontas. Quantas “coisas” eu fiz, afinal? Ah, isso não dá para saber, milhares, acredito.
E isso me fez pensar uma coisa bem boba e óbvia: quanto tempo foi preciso para que tudo que existe nesse mundo ficasse pronto? Todo tempo até agora, muito mais do que as nossas vidas, que a vida de nossos pais e avós. Muito mais tempo do que o tempo em que se sabe que já existíamos. Então porque a gente quer sempre vencer o tempo, sendo que isso é literalemente impossível?
E essa percepção do tempo pode variar tanto que bastou eu sair uma semana de férias, deixar minha casa, minha cidade, mudar completamente a rotina e a paisagem, para ficar com a impressão que esse período de trabalho intenso dos últimos meses foi lá atrás, como se tivesse passado muito mais tempo, e não apenas uma semana. Que coisa!
Outro exemplo? Quando meu pai sofreu seu acidente e passou pela primeira cirurgia, ele voltou bem agitado para a UTI e eu perguntei para o médico quanto tempo ele ficaria daquele jeito. O médico disse que não tinha como prever, mas que imaginava que talvez uns 10 dias. Eu achei, naquela hora, uma eternidade. Como assim, 10 dias?! Meu pai acabou passando 11 meses no hospital (por volta de 330 dias), algo, naquele momento, realmente inimaginável. Mas passou. Hoje ele está cada vez melhor (graças a Deus!), já está dando seus passos com andador, e se as coisas continuarem correndo bem, com mais um pouco de tempo ele voltará a andar. Nada como um dia depois do outro, não é mesmo?
E assim vão seguindo as coisas, a gente às vezes nem se dá conta, mas elas vão acontecendo pouco a pouco… Conheci a Rita Paiva, hoje editora da revista Make, há mais de 20 anos e por todo esse tempo fui orientada e inspirada por ela até receber, com muita honra, o convite para acompanhá-la em seu stand durante a Mega. Acompanhei o nascimento e a evolução da feira Mega Artesanal desde o tempo em que se chamava apenas Artesanal (há mais de 15 anos atrás) até ter meu trabalho reconhecido e homenageado nessa feira com a exposição “Cores”. Produzi, escrevi, fotografei, filmei e publiquei cada um dos 365 posts do meu projeto “Um post por dia” durante um ano todo para vê-lo reconhecido e premiado alguns meses depois.
Concluindo, tudo leva tempo para acontecer, e algumas coisas levam até muito tempo. Mas para que elas existam precisam ser feitas, pedacinho por pedacinho, num exercício de paciência sem fim. Quem acredita que vai conquistar as coisas de uma hora para outra se engana. E mais, perde o melhor, que é o caminho, viver cada dia com resignação, às vezes até sem saber se o resultado virá, mas viver com entrega, com dedicação, integralmente, pois só assim é possível construir algo de fato.
Então hoje eu me sinto feliz e recompensada. Os dois meses intensos valeram a pena, sobretudo porque me fizeram perceber que eles fazem parte de um tempo maior, que começou lá atrás e que está longe de terminar…
E, para finalizar, vou deixar aqui uma coisinha para pensarmos.
Vocês sabem aquela perguntinha clássica que nos fazem e nos fazemos quando passamos dos 40,”- O que você quer para o seu futuro?” ou “Como você se imagina daqui há alguns anos?” Pois bem, a minha resposta é “quero ter mais tempo para fazer as coisas que realmente gosto de fazer, quero mais tempo para dedicar ao meu trabalho artístico”. E me parece que esse tempo está chegando, começando agora. Mas isso é assunto para outra conversa…
Adorei sua refexão sobre ” O Tempo”. O Tempo não é nosso inimigo e sim nosso amigo, mas queremos tudo tão adiantado em nossas vidas que acabamos reclamando que não sobra tempo pra nada….. Beijos e boa semana
Oi, Elaine, você sabe bem como foi, afinal estava aqui comigo o tempo todo, né? E hj, ao chegar no ateliê vazio estranhei… senti sua falta. Mas preciso me organizar agora, assim que “esquentar” de novo te chamo. Bjs e ótima semana para vc…
Oi Cris, adorei sua reflexão.
Realmente, às vezes também sinto que o tempo passa tão depressa e falta tempo pra fazermos mais coisas…
Mas é bom dar uma paradinha, né? Meio que esquecer das coisas que temos por fazer (se é que isso é possível)… espero que esta sua semaninha de férias tenha sido um tempo suficiente pra descansar…
Beijão…
Oi, Carol, pois é, essas pausas são fundamentais mesmo… Agora estou me adaptando ao retorno, mas já cheia de projetos… Que bom que você gostou do texto. Beijos e boa semana!
Cristina. |Não sei se já te falei. mas sou super, hiper, mega, blaster, master fã de você. Adoro seu trabalho. mas sou sincera em dizer que oque mais me apaixona em você é sua postura sempre muito sensata, reta e equilibrada.
E acabo de ficar super feliz. Pois você assim como todas nós que vivemos da arte passa pelas mesmas dúvidas e problemas pertinentes ao tempo.
Adorei seu texto e com sua licença peço autorização para divulgar seu blog.
Ainda não consegui, mas ainda vou criar uma boneca “Tina Bottalo”.
Um grande beijo e obrigada por suas reflexões.
Walkira! Você nem imagina como fiquei feliz com seu comentário! Também sou sua fãzona, vc sabe… E sim, Wal, passamos por esse loucura toda que é trabalhar com arte e artesanato… E tem gente que acha que fazemos terapia! Nem imaginam como é tenso tudo isso. Bem, mas é o que fazemos, afinal. E agora já é tarde, não saberia fazer outra coisa (rsrsrsrs…).
Agora, sobre essa sua ideia de fazer uma boneca Tina Bottallo! Isso me deixou maluca! Eu adoro bonecas, Wal, tenho uma coleção de bonecas de pano. Se você fizer mesmo uma assim, vou encomendar várias! Adorei! E agora eu quero! Beijos, beijos, beijos…
Amei o seu texto sobre o tempo e vi um pouco de mim na forma como você o descreveu….. Parabéns, seu trabalho é maravilhoso (e já sou fã a algum tempo) e suas palavras perfeitas….. Abraços
Oi, Bartira, obrigada! Visitei seu blog, parabéns… Adorei seu texto também. Bjs.
Oi Cris,
Sua reflexão sobre o tempo.Fez eu pensar como posso organizar o meu.Acho que não sei aproveitar o dia corretamente…
E concordo com você, que tudo tem o tempo certo de acontecer…não é de uma hora para outra…
Bom…estou curiosa para ver os novos DVDs.
Beijão e um linda semana.
Ah, nem me fale dos DVDs, Janaína, o estúdio onde fiz está bem atrasado, já era para estar tudo pronto. Mas ok, paciência, agora estou na mão deles. A gente tem que ter paciência mesmo… Bjs.
Engraçado vc sentir a impressão de q o tempo passa muito rápido pra tudo q tem q fazer… Sua reflexão, muito lúcida, na minha opinião não reflete seu próprio comportamento. Acho vc produtiva DEMAIS, ligada no 440wts…
Acompanho seu blog: vc não tem parada e CRIA MUITO… Sempre pensei em pedir um “passo a passo” p/ se ter tanta atividade, mantendo tamanho bom humor… hehehe…
Bjins
Oi, Dirce, obrigada por suas palavras… Como eu falei, te, hora que me dá a impressão que eu faço tão pouco, juro! É que a cabeça da gente vai mais rápido, eu acho… Tô sempre pensando, imaginando, querendo mais. Ah, nem sempre eu consigo manter o bom humor, não, minha família que o dia (risos)… tem dia que nem eu me aguento! Ah, e gostei da sua sugestão, qualquer dia desses escrevo sobre como ter pique por um dia (risos, de novo)! Beijos…
olá cris
realmente cada dia aqui é um aprendizado adorei sua reflexão ou mesmo uma
olá cris
no meu pc publicou antes que eu terminasse ….
as vezes um tempinho que paramos para ler algo importante
podemos mudar muita coisa e nossas vidas, trabalhos ,enfim
e sabemos o quanto se torna um aprendizado adorei ….bjks
Resumindo, nosso tempo é muito precioso, não Eni? Beijos!