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CORES (TERCEIRA AULA) – 244

Oi, pessoal, bom dia…

Hoje termino a série obre cores que comecei na segunda-feira. Sei que parece até exagero chamar os posts que venho colocando aqui de aulas, na verdade são mais uma reunião de informações. Colocar isso em prática é que pode ser considerado uma aula. E é isso que vou tentar fazer hoje.

Para ilustrar, mais uma vez vou colocar fotos de serigrafias minhas, com os mesmos motivos e cores diferentes. Acredito que essas imagens possam ajudar vocês quando quiserem fazer uma composição com cores ou um estudo de cores para uma pintura:

Flores em amarelo

As cores podem ser ordenadas em um círculo ou escala cromática, muito utilizado para auxiliar os artistas na composição dos trabalhos. Nesse círculo as cores são colocadas lado a lado, as primárias, secundárias e todas as intermediárias entre elas. Ao dispormos as cores desse modo, encontraremos para cada cor, sua correspondente complementar, que é aquela cor que fica exatamente em frente à outra no círculo cromático.

Há uma ideia bastante difundida de que as cores complementares seriam naturalmente harmoniosas, mas essa ideia não está exatamente correta. Na verdade podemos dizer que as complementares são cores contrastantes e que a combinação delas, causando esse contraste, pode ser uma possibilidade de composição. Mas harmonia entre as cores é algo mais complexo, já que envolve também o equilíbrio entre a saturação das matizes, o contraste entre luz e sombra ou claro e escuro.

Porém, baseado nesse primeiro critério, das complementares no círculo cromático, sabemos que:

– O VERDE é a cor complementar do VERMELHO
– O VIOLETA é o complementar do AMARELO
– O LARANJA é o complementar do AZUL

Mesmo par de flores, agora com azul

Mas vale observar que o círculo cromático não nos indica apenas as cores opostas: todas as demais cores estão lá representadas, na exata posição em que devem ficar de forma que possamos passar por todas as cores na sequência exata em que elas se apresentam. Por exemplo: se partirmos do amarelo, até chegarmos ao magenta passaremos por diversos tons de laranja e vermelho. Se continuarmos seguindo na mesma direção até o azul cyan, encontraremos diversos tons de violeta e azul anil, e seguindo na deireção do amarelo passaremos pelos turquesas e verdes. Por isso, ao observarmos os círculo, encontraremos na direção oposta, a 180 graus, a cor complementar. E ao lado da COMPLEMENTAR, a cerca de 30 graus, tanto para direita como para a esquerda, encontraremos as cores CONCORDANTES, a creca de 60 graus para cada lado encontraremos as cores ACORDANTES e se nos afastarmos até 90 graus, também para ambos os lados, encontraremos as cores DISCORDANTES.

A cor COMPLEMENTAR, embora seja a cor com maior oposição à cor escolhida, e portanto a que cria maior tensão entre elas, pode também representar o equilíbrio em uma composição, já que há uma interação entre as matizes, o que falta em uma, encontra-se na outra. A visão de uma cor reforça o cromatismo da outra, ou seja, o amarelo fica mais amarelo na presença do violeta. Por isso a composição com as complementares pode ser positiva.

A cor CONCORDANTE tem esse contraste levemente diminuido, por isso a combinação entre elas pode ser mais harmoniosa.

A cor ACORDANTE ainda apresenta forte contraste cromático com a cor original, mas com menos concordância, já que se afasta mais do eixo central.

E, por fim, a cor DISCORDANTE, e que está, portanto na metade do caminho entre a cor original e sua complementar, são particulares porque não tem a conotação de complementaridade das demais cores ao mesmo tempo que ainda é bastante destoante da cor original.

Parece complicado? Bem, vamos tentar entender isso com exemplos. Olhando a cor AMARELO como a cor principal, encontraremos o violeta como complementar, sua cor oposta. O azul e o anil serão suas cores concordantes, ou seja, as cores que se afastam um pouco da complementar no círculo cromático, porém ainda estão bem opostas a ela. O turquesa e o magenta serão as acordantes, as cores que se afastam mais das complementares, e o púrpura e o verde serão as discordantes, as que estão na metade do caminho entre a cor principal e sua complementar.

Mesmas flores, agora em vermelho

A utilização de todas as cores, COMPLEMENTARES, CONCORDANTES, ACORDANTES OU DISCORDANTES pode ser beneficiada de acordo com a proporção de cada uma delas em uma composição. Por isso eu comentei ontem, não existem cores que não combinem. O que existe é uma combinação em proporções harmoniosas e que fica mais ou menos agradável ao ser observada.

E não existe apenas a matiz, existem também suas diferentes intensidades. A intensidade de uma cor é o quanto ela está pura, sem adição de branco ou preto. A cor mais intensa é, portanto, a cor pura. Quando adicionamos branco, dizemos que a cor foi dessaturada e quando adicionamos o preto dizemos que a cor foi rebaixada. A adição de branco clareia a cor, porém a faz perder sua capacidade de “colorir”, sua intensidade. E a adição de preto causa o mesmo efeito só que escurecendo a cor, ela também perde sua intensidade e capacidade de “colorir”. Se acrescentarmos ao mesmo tempo branco e preto (ou seja, cinza) a cor ficará neutra. As cores neutralizadas se aproximam dos tons pastéis, muito utilizados nas pinturas decorativas.

Aprendi com meu professor de aquarela (já falei dele em outros posts) uma regrinha básica para uma composição harmoniosa de cores:
1. Escolher a cor dominante
2. Usar discordantes em pouca quantidade e em igual intensidade que a cor original
3. Usar complementar e acordante em pouca quantidade e maior intensidade ou numa quantidade maior só que em tom rebaixado

Mas essa é apenas uma das regras, existem infinitas combinações que podemos fazer com as cores, combinando-as entre si e variando suas intensidades. As serigrafias que coloquei nesse post ilustram esse exercício muito bem, por isso as escolhi. Observem que as cores escolhidas para as flores e fundos segue essa regrinha: utilizei uma cor principal para a flor, que eu queria destacar, e na flor essa cor está bem intensa. O fundo de cada composição foi feito com sua complementar suavizada pelo branco, ou seja, dessaturada. E as folhas foram feitas com cores discordantes, também neutralizadas pela adição de branco ou cinza.


Flor em tons de magenta, fundo amarelo dessaturado (com branco) e detalhes feitos com suas cores discordantes e acordantes, turquesa (miolo da flor) e verdes neutralizados com cinza (folhas).

Viram? Não existem apenas as cores amarelo, vermelho, azul, verde e violeta, existem todas as cores entre elas e todoas podem ser suavizadas ou realçadas, não apenas coma adição de outras cores mas também eplo simples fatos de estarem dispostas lado a lado.

O que eu posso dizer a vocês é que o que escrevi sobre cores nesses três posts é apenas uma pequena pincelada sobre esse assunto. Eu ainda tenho muito mais para compartilhar com vocês e com certeza muitíssimo mais para aprender sobre o assunto. Mas por hoje é isso, que essas primeiras considerações sobre o tema sejam um estímulo para vocês procurarem mais informações sobre o tema. As imagens dos círculos cromáticos que ilustram esse post foram encontradas na internet. Aliás, existe um infinidade de sites sobre o cores que vocês também poderão consultar.

Até amanhã, pessoal!


CORES, CORES E MAIS CORES – 196

Olá, pessoal, boa tarde.

Ontem eu me empolguei falando um pouco sobre cores e acabei me animando para trazer a vocês mais um post com esse tema.

Para ajudar, eu estava pintando uma pasta de uma encomenda que recebi, e aproveitei o progresso do trabalho para fazer um tipo de “passo-a-passo” do processo que utilizo para fazer composições de cores. Então aí vai o trabalho finalizado, uma maleta para materiais artísticos e o passo:


Maleta pintada a mão

Bem, esse trabalho é semelhante ao “estojo divertido” que coloquei aqui no blog há uns dias atrás. Mas o que nos interessa hoje é falar sobre cores. Antes de mais nada, o fundo da maleta, pintado com tinta acrílica preta, foi assim escolhido para realçar ainda mais o colorido dessa pintura.

Depois de feito o fundo, eu traço com um lápis branco os desenhos, motivos bem simples:


Detalhe do desenho em uma das faces da pasta

Depois eu começo a pintura pelos “fundos”, áreas maiores que envolvem os motivos, e que, por ocuparem uma área maior, deverão ser pintados com cores mais neutras, em geral tons de azuis, que são cores mais frias. Sempre acrescento um pouquinho de branco às cores para que elas fiquem mais vivas e luminosas sobre o fundo preto.


Aplicando os tons de azul

Na sequência, e ainda pintando os fundos, acrescento os tons de verde.


Alguns tons de verde

Agora já é hora de começar a introduzir as cores mais fortes, nos motivos, e em quantidades menores. O vermelho é a cor pela qual começo a pintura desse elementos, sempre trabalhando com variedades de tons.


Aplicando os vermelhos

Vejam como fica minha paleta, eu vou acrescentando as cores aso poucos e fazendo as misturas, isso para aproveitar melhor as tintas e não desperdiçar nada, uma vez que as tintas acrílicas secam muito rápido. Ao preparar os verdes, eu também acrescento alguns tons de amarelo e branco, por isso essas cores já aparecem no trabalho também.

As cores mais fortes entram em quantidades menores e aos poucos, para não pesar demais na composição. Observem que fazer uma pintura com muitas cores não se trata apenas de “ir colorindo”, para que o trabalho fique harmonioso é preciso equilibrar as cores como equilibramos os elementos. Na seqüência dos vermelhos entram os amarelos e tons de rosa, além de alguns lilases e violetas, todas cores que aparecem em menor quantidade.


Rosas, violetas e amarelos

Como vocês observaram, alguns fundos ficaram sem pintura, e eu deixo para colori-los mais no final, quando observo a composição e coloco cores mais neutras, que não pesem demais, já que a composição já está quase completa. Aproveito restos de tintas na paleta e acrescento branco, assim consigo tons mais pastéis.


Todos os elementos pintados

Quando termino de pintar todos os elementos, observo que ainda falta alguma coisa para realçar os motivos. O que falta é o contorno, os traços em leve relevo que irão definir os desenhos e destacar ainda mais as cores. Sobre o fundo preto eu prefiro trabalhar com o contorno em branco, com a Tinta Relevo 3D Brilhante, mas se você preferir, utilize a tinta relevo preta.

Aí o trabalho já está terminando, e cada face da pasta é pintada com motivos e composições de cores diferentes.

Gostaram? Viram como é divertido colorir? Eu adoro! E ainda vou voltar a falar disso por aqui, aguardem!

Se você se interessou por essa maleta, eu ofereço me minha loja tanto a peça pronta como a maleta preparada com apostila para você fazer. Veja na página LOJA do meu site www.cristinabottallo.com.br

Até amanhã!