Todos os posts de Cristina Bottallo

LATINHA OVAL COM PINTURA FLORAL MEXICANA – 156

Bom dia, amigas e amigos…

Mês passado eu fiz alguns relicários novos para minha exposição da Frida Kahlo, exposição esta que será montada agora no metrô São Bento, e pintei alguns deles, que ainda não consegui fotografar, com motivos florais mexicanos. E eu gosto tanto desses motivos que até me animei a pintar outras coisas com esse tema.

O post de hoje é uma técnica novinha, novinha, inspirada nesse tipo de pintura. Consegui pintá-la na última terça-feira, entre outros trabalhos que estou fazendo e meus novos compromissos, então aí vai:


Latinha Mexicana

Para fazer é fácil: primeiro prepare a lata com o metal primmer (da marca Corfix), que é um fundo anti-corrosivo, próprio para metais e também uma tinta acrílica de fundo. Aplique de 4 a 5 demãos, intercalando secagem completa entre cada aplicação. Pinte a tampa com a cor amora e a parte de baixo da latinha com a cor areia (o metal primmer pode ser encontrado em várias cores).

IMPORTANTE: o metal primmer demora mais para secar que uma tinta acrílica aplicada em madeira, por isso observe bem se a demão aplicada está bem seca antes de aplicar a seguinte. E aguarde cinco dias após a aplicação da última demão antes de pintar os motivos na lata. Isso é importante porque esse produto tem uma secagem e fixação diferentes das tintas comuns, e esse tempo é importante para que todos os solventes do produto sejam evaporados completamente.

Transfira o motivo para a latinha com um carbono amarelo e comece a pintura pelas folhas, utilizando tintas acrílicas brilhantes.


Detalhe da pintura

Para as partes pintadas com cores mais claras sobre o fundo mais escuro será necessário aplicar mais de uma demão das tintas para dar mais cobertura. Trabalhe com pincéis redondos e faça pinceladas precisas, preenchendo os motivos com as cores correspondentes e depois complementando com os detalhes, como contornos, detalhes e arabescos. Utilize um pincel linner n.0 para fazer esses detalhes. Utilize um faça bolinhas para fazer as bolinhas que decoram o motivo.

As tintas brilhantes não precisam de proteção nem aplicação de verniz, portanto após a pintura e secagem a peça já estará pronta.

Bem, por hoje é isso pessoal, espero que vocês tenham gostado…
Um abraço a todos e até amanhã,

Cristina
www.cristinabottallo.com.br


CAMISA COM ASAS – 155

Olá, pessoal, bom feriado a todos vocês…

Desculpem o traso, me atrapalhei com os posts… Ontem não consegui escrever nada, passei o dia no hospital. E hoje aproveitei o feriado para fazer outras coisas além de visitar meu pai. Almocei com alguns amigos e fui à Livraria Cultura, um dos meus passeios preferidos.

Estou lendo tudo que encontro sobre o problema do meu pai, e fui atrás de mais um livro. Esse foi escrito por uma neurocientista que sofreu um derrame e sua batalha para fazer seu cérebro se reprogramar. Acho que poderá me ajudar…

O pior dessa história toda é que meu pai não era um senhor doente que foi piorando, meu pai é um homem forte, com alguns problemas de saúde e que passou por um luto recente, é verdade, mas um homem que trabalha (é advogado e professor), escreve, viaja para congressos (ele estaria em Porto Alegre na semana em que caiu), tem sua vida e é independente, e que por conta de um acidente agora está se recuperando de três neurocirurgias. Não há nenhuma indicação de que ele sofreu um derrame, os médicos acreditam que tudo se deva ao trauma causado pela queda, mas nem isso temos como saber com certeza.

Muito triste… mas é fato. Então vamos lá, encarar essa nova situação…

Bem, chega de conversa, vejam o post do dia:


Camisa com asas pintadas

Minha sugestão é um pintura simples e divertida, para transformar aquela camisa (ou camiseta também, por quê não?). Se você já tem uma camisa branca que usou bastante e gostaria de modificá-la, essa é uma boa ideia. Se não tgem, procure uma camisa de algodão branca. lave-a bem para retirar toda goma.

Faça em papel de seda ou vegetal um molde da asa. Você pode fazre apenas um molde, e invertê-lo para fazer as duas asas. Veja que o desenho é simples, sem grandes detalhes. Preencha a asa com círculos, que serão pintados com cores diferentes.

Coloque a camisa em uma placa de madeira ou papelão preparados com cola permanente (para fixar o tecido, evitando que ele se mova durante a pintura e para proteger o verso da camisa). Transfira o risco e comece a pintar com tintas para tecidos em tons de verde e azul. Faça os círculos com um pincel chato de cerdas, sem cobrir totalmente o fundo, deixando algumas “falhas”. Não dilua atinta, trabalhe com a tinta pura, raspando o pincel no tecido.

Aterne as cores como na foto, e ao final pinte com um tom de azul o fundo da as, preenchendo todo desenho. Faça círculos (falhados) na gola e nos punhos da camisa, seguindo a mesma técnica de pintura. Aguarde secagem.


Parte da frente da mesma camisa

Para completar, escolha uma cor de tinta puff em frasco com bico aplicador (eu utilizei o azul celeste) e faça as espirais nos círculos e o contorno das asas, e também a auréola e os traçoes que ligam os círculos. Aguarde secagem por 24 horas e faça a expansão com calor, utilizando um soprador térmico ou secdaor de cabelos forte pela frente ou passando a ferro pelo avesso. A tinta ficará em relevo emborrachado.

Gostaram? Então vocês irão gostar também do DVD de Pintura em Tecidos e as revistas que ofereço na LOJA do meu site www.critsinabottallo.com.br e que apresenta diversas sugestões de pintura em camisetas e camisas.


DVD e revistas de Pintura em Tecidos

Por hoje é isso, até amanhã, pessoal…


BANDEJAS COM PAPEL COLORIDO – 154

Bom dia a todos!

Os dias vão transcorrendo como deve ser, e ao contrário da nossa expectativa, as coisas nem sempre caminham numa linha contínua… Meu pai ainda está muito sonolento, e de segunda para cá quase não apresentou mudanças. Isso é agoniante, mas devo confessar que estou procurando aproveitar essa situação para exercer minha tolerância, uma qualidade que os instrutores de yôga sempre procuram desenvolver em seus alunos e discípulos. Ser tolerante com os outros, com a situação e consigo mesmo, uma qualidade e tanto!

Meu dias também têm passado de um jeito bem diferente do que eu gostaria: quando consigo ir para o ateliê, sempre tenho a impressão que o tempo não deu para nada. Quando não consigo é pior ainda, mas tenho que ser paciente, eu sei. Mas, apesar de tudo, estou conseguindo fazer algumas coisas e até já tenho dois trabalhos novos e prontos para colocar aqui, amanhã vou fotografá-los e em breve serão publicados. É isso, a vida continua…

Vamos à sugestão de hoje:


Bandeja coração

Esse trabalho é mais uma variação da técnica de colagem de papéis coloridos que apresentei nos posts 107 e 132, depois dêem uma olhadinha…

A proposta é pintar vários papéis tipo canson (um pouco mais grosso, com 180 de gramatura, no mínimo) com tinta acrílica decorativa de acabamento brilhante e depois fazer a colagem desses papéis em peças decorativas ou utilitárias.

A colagem deve ser feita com cola branca própria para artesanato, e a pintura das peças de madeira ou MDF (no caso, a bandeja) também deve ser feita com as tintas acrílicas brilhantes. Essas tintas são próprias para artesanato, mas diferentemente das tintas decorativas foscas, que são bem opacas e mais “cubritivas”, as tintas brilhantes são mais transparentes, por isso são necessárias mais demãos para conseguir uma boa cobertura.

As peças de MDF não precisam ser lixadas nem preparadas com base, a pintura deve ser feita diretamente com as tintas, e as demãos devem ser aplicadas sempre com um tempo de secagem entre cada uma delas.

A peça acima foi pintada com duas cores, o laranja e o azul celeste, e para fazer o desenho do centro da bandeja eu escolhi papéis pintados em tons de azul, amarelo e vermelho, para combinar bem com as cores da peça. Vejam outra sugestão de cores e desenho:


Bandeja com espiral

Nessa outra bandeja eu escolhi tons de vermelho e verde. É sempre bacana utilizarmos cores complementares, como nos modelos acima, em tons variados, dessa maneira os motivos são valorizados e os desenhos nem precisam ser muito elaborados para que o resultado fique bacana.

Como as peças sugeridas são bandejas, portanto serão utilizadas, eu apliquei a Vitreo Resina Líquida sobre a colagem após a secagem completa. Esse produto é uma resina que fica bem dura e resisntente, podendo até ser lavada. Para aplicá-la, a peça deve ter um rebaixo, espaço que será preenchido pela resina. Prepare a resina conforme as instruções da embalagem (são dois produtos, a resina e o endurecedor), despeje sobre a peça e aguarde 72 horas de secagem completa.

Gostaram? Espero que sim…

Bem, visitem meu site, como sempre eu sugiro. É o www.cristinabottallo.com.br e até amanhã!


Eventos e fotos do final de semana…

Olá, amigas (os)…

Vocês se lembram que comentei sobre os eventos do final de semana, não? Falei sobre o curso do Marcelo Darghan e o Caminhão da Consul, ambos estavam no Parque do Ibirapuera, aqui em São Paulo, no último final de semana.

Pois bem, eu passei por lá, primeiro no sábado, no curso do Darghan, e lá eu me encontrei com a Eni, uma fiel companheira aqui do blog, que tive o prazer de conhecer pessoalmente. Ela me mandou essa foto:


Eu e Eni

Eni, adorei encontrá-la, viu?

Depois, no domigo, fui dar uma espiadinha no caminhão da Consul, que estava lá com os pratos que eu pintei.


Caminhão


Decoração com os pratos


Detalhe

É isso, trabalho terminado, agora é partir para outros projetos…

E não se esqueçam da MEGA, que acontecerá no final desse mês.
Bom dia para vocês!


QUADRINHO DIVINO – 153

Olá a todos, bom dia!

Hoje meu post é bem bacana, um trabalho que acabo de fazer e que tem um significado muito especial para mim…

Eu coleciono imagens do Pássaro do Divino, que é um dos temas de artesanato mais tradicionais em nosso país, sobretudo no interior e no nordeste. E resolvi fazer um divino para minha coleção com alguns materiais que eu já tinha, uma técnica bem simples e rápida, para fazer em duas horinhas…

Bem, vejam o resultado:


Pássaro do Divino

Utilizei uma plaquinha de madeira e uma imagem do pássaro em cerâmica branca, que comprei pronta, em uma loja de artesanato.

A plaquinha foi lixada, depos apliquei a base acrílica para artesanato, e, por fim, duas demãos de tinta Decorfix Fosca (acrílica decorativa) na cor blue night, intercalando secagem.

Nas bordas da plaquinha apliquei uma demão de tinta branca (também da Decorfix Fosca). Depois de bem seca, lixei a peça suavemente, com uma lixa 220, apenas para que os veios da madeira fossem realçados levemente.

Desenhei algumas florzinhas e folhas bem simples e pintei com as tintas acrílicas, sempre utilizando a cor branco para os detalhes e luzes dos motivos.

O pássaro também foi pintado com as mesma tintas, com flores e folhas bem simples, e decorei toda plaquinha com pinceladas e bolinhas.

Depois colei o pássaro na peça com cola branca. Para dar acabamento passei cera em pasta incolor pela peça, suavemente, e depois lustrei com uma flanela limpa e seca.

Importante: Para pendurar a plaquinha na parede, não se esqueça de colocar um ganchinho no verso, antes de colar o pássaro.

Gostaram? Eu adoro essas imagens… são bonitas e iluminadas. E representam bem nossas tradições. Espero fazer muitos outros Divinos para minha coleção ainda…

Bem, é isso, pessoal… Não deixem de visitar meu site, que é o www.cristinabottallo.com.br

Um abraço!


Sobre meu pai e outras coisinhas…

Olá, amigas e amigos…

Tenho dividido meus dias como vocês, e já falei aqui mais de uma vez que essa experiência do “post todo dia” foi a coisa mais bacana que me aconteceu nos últimos tempos. Começou como uma maneira de me obrigar a produzir mais – eu vinha de um período de certo afastamento do trabalho, precisava de um compromisso para me trazer de volta, e meu compromisso foi firmado com vocês.

Isso, somado ao fato de que gosto muito de escrever, me fez ter vontade de falar de outros assuntos também, e esse não é o primeiro post que escrevo sobre temas diferentes de artes e trabalhos manuais, vocês bem sabem disso. Então aí vai mais um desses, uma conversa… Preciso contar a vocês como estou…

Meu pai está hospitalizado na UTI há 21 dias e ficou em coma induzido por duas semanas. Sua situação está estável agora, ele saiu do período crítico e está voltando do coma muito lentamente. Ele está sem os medicamentos há uma semana, mas só no sábado começou a esboçar algumas reações, bocejando e mexendo as sobrancelhas.

Eu e meus irmãos nos revezamos ficando com ele todos os dias e ontem eu estava lá, no final da tarde, só eu e ele, e comecei a conversar, apertar sua mão, massagear suas pernas… Ele estava de olhos fechados, ainda dormindo, com vários tubos ligados ao seu corpo, inclusive o respirador em seu pescoço (ele fez uma traqueostomia, um tubo ligado ao respirador foi encaixado em sua garganta, diretamente em sua traquéia, para auxiliá-lo com a respiração, que ele ainda não consegue controlar sozinho), quando ele começou a chorar, de olhos fechados, enquanto eu falava com ele.

Aquilo me emocionou demais, estávamos conectados, ele me entendia, e seu choro era a manifestação de sua compreensão, sua maneira de fazer contato comigo. Ele estava de volta!

Fiquei feliz, feliz! Eu queria falar mais, mas ao mesmo tempo me dava um aperto, eu não queria que ele ficasse triste, mas eu queria ter certeza que ele estava lá, então e eu beijava suas mãos e apertava suas pernas, porque eu não podia beijar seu rosto nem abraçá-lo e aquele contato era tudo que poderíamos ter, e eu queria que ele me sentisse presente, e ficamos assim umas duas horas, ele chorava, eu chorava (e disfarçava) e falava o quanto estamos orgulhosos de sua força e coragem, coisas assim.

Quando fui para casa eu estava sentindo um monte de emoções: estava feliz e excitada com os sinais de sua presença e ao mesmo tempo com certa dor no coração, certa melancolia por fazê-lo chorar (ninguém gosta de fazer seus pais chorarem, não é mesmo?), muita ansiedade por saber o que viria em seguida e um turbilhão de pensamentos, pensamentos sobre minha vida, sobre o que realmente importa, sobre nosso destino, sobre o quanto temos controle de fato sobre nossas vidas e o quanto somos surpreendidos o tempo todo…

Hoje eu estava com ele pela manhã e agora ele já abre os olhos, vira o rosto procurando minha voz, mexe as mãos… Ele está acordando, voltando aos poucos, e estar presente nessa hora, vê-lo voltar, é uma emoção indescritível. Eu queria estar com ele cada minuto, participar de cada momento daqui para frente, de fazer por ele o que ele fez por mim e meus irmãos a vida toda – transbordar de amor e nos encher de confiança.

Eu estou feliz e emocionada, muito emocionada para pensar nas minhas coisas… Tudo parece perder o sentido diante da grandeza desse sentimento… Eu sei que preciso encontrar meu eixo de novo, voltar a me concentrar no trabalho, ficar bem para cuidar bem dele, mas confesso a vocês, está difícil pensar em outra coisa.

Meu pai é meu centro, meu porto-seguro, sempre foi assim para mim. Ele é a primeira pessoa em quem penso quando estou feliz e quero compartilhar minha alegria e a primeira pessoa a quem recorro quando estou triste e preciso de colo, de conforto.

Em frente à minha escrivaninha, onde estou sentada agora, em meu ateliê de criação, eu tenho um quadro que meu pai me deu. É um trabalho do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, artista de quem eu gosto muito, que ele comprou quando visitou seu ateliê, em 2000, e que traz uma dedicatória: “A Eduardo con un abrazo de Carlos Páez Vilaró”. Meu pai me deu esse quadro há dois anos, e quando me instalei em meu novo ateliê eu o coloquei aqui, bem pertinho de onde costumo me sentar para escrever e pensar…

O desenho do quadro é um sol, um sol bem colorido, com um rosto tranquilo e com os olhos bem azuis, azuis como os olhos do meu pai. Meu pai é esse sol que está aqui, comigo, o tempo todo. E eu nunca tinha reparado, até hoje, em como esse sol é parecido com o meu pai…