Relembrando as primeiras pinturas que fiz, encontrei esse quadrinho de madeira com a técnica de pintura barroca, que fazia parte de uma parede/mostruário de técnicas que tive em meus dois primeiros ateliês.

Esse painel, que mede apenas 20×20 cm, ficou com um efeito bem interessante.
Como eu pintei o fundo com tintas acrílicas aplicadas com um rolinho de espuma, textura da pintura, com micro bolhas de tinta que depois de secas ficaram com um efeito de bolinhas estouradas, ao fazer o envelhecimento com o médium envelhecedor, essas bolinhas ficaram mais evidentes, dando esta textura tão particular.

Esse é um efeito que pode ser explorado, naturalmente.
Quando fazemos o envelhecimento em peças muito lisas, como um MDF, ele tende a não ficar tão bonito, pelo menos não na minha opinião. Isso porque a superfície lisa acaba não absorvendo o envelhecedor de maneira natural, e acaba deixando mais marcas das pinceladas do que da textura do material.

Quando o envelhecimento é feito em peças de madeira natural ele fica muito mais bonito. A madeira tem texturas, absorve o envelhecedor de maneira não uniforme, umas partes ficam mais claras, outras naturalmente mais escuras, e ao lixarmos a peça, os veios da madeira aparecem e o trabalho fica realmente muito bonito.

Na peça desse post toda textura obtida foi resultado do fundo aplicado com rolinho. Esse é um efeito particular que pode ser explorado, de acordo com o resultado que você quiser obter.
Vale como exemplo.

Por hoje é isso. 😀

Já faz algumas semanas que encontrei na casa do meu pai uma das primeiras peças que pintei coma técnica do Barroco Mineiro, uma variação do Bauernmalerei, de que muito já falei pro aqui…

Eu aprendi essa pintura no final dos anos 80, lá para 1989. As primeiras referências que encontrei foram em um encarte da revista Manequim, e a técnica era ensinada pela minha primeira professora, já falecida, Norma Donato. Eu simplesmente me apaixonei pela técnica e fui atrás, primeiro fazendo tudo sozinha, como auto-didata, depois fiz uma aula com professora Norma, e foi só o que eu pude fazer, na época eu morava em Santo André e era complicado vir à São Paulo, eu tinha o meu filho Rafael pequeno e estava grávida da Ana. Além disso, não tinha muitas condições para pagar aulas, então fui me virando.

Quando vi essa caixinha, que dei de presente para meu pai, uma das primeiras peças que pintei e que estava em sua casa, tive vontade de comparar com meus trabalhos recentes, afinal, a caixinha de madeira era exatamente a mesma que eu ainda tenho, em madeira natural, em meu ateliê, [ara fazer modelos de pintura bauern, e que, inclusive, já mostrei aqui para vocês. Aí eu a trouxe para meu ateliê (com a promessa de devolvê-la ao meu pai em breve) e fiz as fotos desse post.

Os materiais também eram outros, naturalmente…
Naquela época usávamos látex de parede tingido com corantes, e vocês mesmos podem ver, não é a mesma coisa. O látex de parede não é uma tinta com a consistência adequada para pintar madeira, e quando o tingimos com os corantes, na quantidade necessária para obtermos os tons, as tintas ficam mais líquidas, e sem “volume” para as pinceladas.

Mas o que conta mais é a prática e a técnica, sem dúvida.
Escrevo isso e faço questão de mostrar meu primeiro trabalho porque tenho certeza que muitas pessoas começam uma técnica e muitas vezes se sentem frustradas quando não conseguem um resultado que consideram ideal. Toda técnica requer prática, e prática requer tempo e dedicação. Muito tempo, muitos exercícios, muitas peças não tão boas, muitos exercícios meio frustrantes.

É a lógica do 95% de transpiração + 5% de inspiração.
Quem acha que basta talento ou jeito se engana, o que conta mesmo é a dedicação, constante e incansável.

Essa caixinha acima, pintada há uns dois anos, é apenas um exemplo de como a firmeza das pinceladas vêm com o tempo, e como a prática é fundamental para isso.

Se hoje você não se sente tão satisfeita (o) com algo que está fazendo, não desista.
Persista, pratique, faça mais exercícios, goste de alguns, nem tanto de outros, e tenha certeza que com o tempo tudo irá melhorar. E sempre pode melhorar.

Minhas pinturas mais recentes, na minha opinião, já estão melhores que as primeiras, e melhores que as últimas também. 😀

Ah, e sempre há um pai, uma mãe, um irmão, tia, avô ou avó que acha tudo que a gente faz lindo, e guarda nossos primeiros trabalhos como um tesouro… 😉

Para completar os posts que tenho feito aqui sobre os trabalhos que saíram na Make, com o novo Bauernmalerei, preparei esse breve passo a passo da pintura do tampo do armário que está na matéria.

Armário preparado com a cor de fundo, azul turquesa, pintado com PVA da Corfix.
Agora é passar os riscos de cada parte e começar a pintar…

Primeiro pinto as folhas, sempre com as tintas PVA, começando dando os fundos em cada uma delas.

Para completar a pintura de cada motivo são necessárias 2, 3 ou 4 etapas de pintura.

A etapa final é feita ocm um pincel linner, são os contornos e nervuras das folhas.
Nessa etapa, já começo a pintar o passarinho, dando as primeiras demãos de fundo também.

Em seguida, pinto o tronco e galhos das árvores.
São três demãos, fundo em tom médio, luz com um tom mais claro e sombra com um tom mais escuro.

Sigo pintado o passarinho, e começo a pintar os fundos das flores.
Essa pintura não é difícil, mas é preciso ter paciência e ir fazendo pouco a pouco…

E cada flor tem um número variável de etapas de pintura também.

Depois é hora de fazer os detalhes nos tronco, os raminhos, o cipó…
E também os contornos e miolos das flores.

Claro que depois de pintar o tampo eu pintei as portas e laterais.
Mas o processo é o mesmo, é só repetir tudo…

Depois de terminada toda pintura, é preciso deixar secar bem por 24 horas para só então aplicar a cera em pasta incolor.

E a peça fica pronta…

Já mostrei para vocês aqui em inúmeras fotos as minhas últimas produções com o Novo Bauernmalerei, não é mesmo? Até vídeo pintando as flores eu já gravei…
Mas ainda tenho um material bem bacana para publicar por aqui, os passo a passos das pinturas das peças, que fui fazendo ao longo de todo trabalho.

E hoje é o dia de mostrar a cadeira de papelão que pintei para a feira.

Bem, após a pintura do fundo vermelho, com a tinta Decorfix Fosca Vermelho Vivo, a cadeira ficou assim:

Depois de passar o risco com um carbono (no caso branco, que sobre o vermelho aparece melhor), comecei a pintura dos motivos. Primeiro passo, os fundos das folhas.

Algumas cores precisam de mais demãos para cobrir bem, outras menos. Mas pelo menos duas demãos forma aplicadas nas folhas. E também utilizei as tintas Decorfix Foscas.

Também pintei os botões, primeiro com um fundo de branco e depois com um pouqinho de amarelo. E aproveitei para fazer os filetes e nervuras das folhas também. Como elas ficam por baixo das flores, devem ser pintadas primeiro.

Em seguida, passei os fundos nas flores. Para cada flor, uma cor de fundo diferente.

Em seguida, comecei a definir as flores. Primeiro as rosas vistas na lateral e as mini-rosinhas.

Depois, as rosas vistas de frente. Na foto abaixo, vejam como são várias camadas de tinta sobrepostas.

E é sempre bom esperar que sequem um pouco, antes de seguir com as novas pinceladas. Por isso vou pintando todos as flores em sequência, uma cor de cada vez.

Aos poucos o motivo vai tomando forma e aparecendo…

Por fim, com todo motivo pintado, é hora de limpar as marcas de carbono, fazer os últimos retoques e apreciar o trabalho pronto!

Essa mesma cadeira eu estava pintando durante a feira Mega Artesanal.

Mas além da cadeira em papelão, essa técnica pode ser feita, igualzinha, em cadeiras e móveis de madeira ou MDF também.

E para quem quiser o projeto completo, com risco e guia de cores, aqui na LOJA do meu site tem!

Agora é fazer e decorar a casa toda com muitas flores… 😀

Julho é o mês do Novo Bauernmalerei por aqui, e antes que ele termine, aí vai um vídeo com o passo a passo de um pintura floral dessa técnica, “revisitada” por mim nesse mês.

O vídeo está em meu Canal no Youtube e ficará aqui na página Miniaulas também (veja barra acima), para pintar flores como as que estão aí abaixo, bem fácil. 😀

E aguardem, que mais vídeos virão, em breve!

Como eu anunciei, acabo de lançar uma nova Apostila de Bauernmalerei, na verdade do Novo Bauernmalerei, com algumas mudanças que fiz nos motivos, cores e modo de apresentar essa pintura tão tradicional.

Nova Apostila da Pintura Bauernmalerei

Essa apostila tem 31 páginas e é composta por uma parte com textos explicativos, um passo a passo completo de um dos projetos, os 4 Guias de Cores de cada uma das quatro coleções que fazem parte dessa nova pintura, 20 fotos de peças pintadas e mais 15 páginas de ricos.

A Apostila é toda impressa, não estou mais fazendo apostilas em fotocópias. Com isso a qualidade do papel e impressão melhorou muito.
E ela vem encadernada com capa plástica e espiral. Abaixo mostro fotos de algumas das páginas.

Apresentação da técnica em texto

Passo a passo completo

Guias de Cores

Fotos

Riscos

Também editei as Apostilas que eu já tinha prontas. Todas elas são impressas agora.
Essa, abaixo, de Modelos e Riscos, tem 27 páginas, com as pinturas e riscos em tamanho natural, além de um passo a passo de alguns dos motivos.

Vejam algumas das páginas dessa apostila:

Uma das páginas com o motivo pintado em tamanho natural.

Uma das páginas de riscos.

A página de passo a passo.