Arquivo da categoria: Trabalhos Manuais

CADERNO COM LINHAS – 253

Oi, pessoal, bom dia!

Ontem minha apresentção na TV Século XXI foi bem legal, até prometi colocar o post da técnica com foto e risco, o que farei amanhã. Também já tenho mais dois programas de TV agendados, na RedeVida semana que vem e Rede Brasil na outra. Também prometi colocar aqui as fotos da festa do Sabor de Vida, e farei tudo isso amanhã, então aguardem…

Vamos ao post do dia, mais uma ideia com papéis e linhas, uma caderno bem diferente:


Caderno com colagem de linhas

O post de hoje traz uma ideia interessante para vocês transformarem um simples caderno em um diário especial, único. Além da pintura da capa, também fiz uma colagem com linhas em papel artesanal.

Para fazer esse trabalho eu peguei um caderno de 100 folhas tipo brochura, desses bem comuns, com a capa dura e plastificada. É preciso desmontar o caderno para fazer a pintura, então retire o miolo do caderno (as folhas) soltando as guardas, que são as primeiras folhas do caderno, aquelas mais grossas, que são coladas na capa e na contra-capa.

Na capa desse caderno eu fiz uma pintura com aquarela e sal. O primeiro passo é retirar a película plástica do caderno para que a capa possa receber a pintura. Não é difícil retirar a película, fazendo um corte com um estilete na superfície da capa é possível levantar uma pontinha do plástico. Depois basta ir puxando a película até retirar tudo. Em seguida lixe a capa com uma lixa d’água fina para que fique uniforme.

Como fazer a pintura:
– Aplique duas ou três demãos de base acrílica na capa, intercalando secagem entre cada aplicação e secagem completa ao final. Utilize um rolinho de espuma fina para fazer a pintura.
– Escolha as cores de aquarela líquida que você deseja utilizar. Eu escolhi as cores laranja, verde esmeralda e âmbar. Caso você não tenha as tintas aquarela líquida, poderá utilizar aquarelas em pastilhas ou bisnagas também.
– Umedeça o fundo com um pouco de água aplicada com um pincel chato e largo de pelso macios.
– Aplique as cores de aquarela com um pincel redondo de pelos macios, uma cor ao lado da outra, mesclando-as.
– Antes que as tintas sequem, jogue algumas pedrinhas de sal grosso sobre a pintura e deixe secar completamente, de um dia para outro pelo menos.
– Retire as pedrinhas de sal com cuidado e deixe secar mais um pouco, até secar completamente.
– Aplique uma demão de verniz spray fosco para proteger a pintura. É muito importante a aplicação desse verniz porque as tintas aquarela não fixam totalmente e podem manchar com umidade.


Parte interna do caderno

Antes de montar o caderno, faça o bordado na laterla com linhas e contas de bijuterias. Cole o miolo novamente no meio do caderno, utilizando as primeiras folhas como guarda, ou seja, colando-as na parte interna da capa e contra-capa, como o caderno estava montado originalmente. Depois de colar o miolo, faça a pintura também nessas páginas. E finalize pintando as primeiras páginas do miolo com tinta acrílica decorativa fosca na cor laranja. Veja foto acima.

Para fazer a colagem com linhas você vai precisar de um pedaço de papel artesanal fino, linhas de bordado de diversas cores, cola branca, pincel e palitos de madeira. Veja como proceder:


Colagem feita com linhas

– Passe o risco desejado ou faça um desenho a lápis sobre o papel.
– Aplique cola branca com um pincel em uma das partes do desenho, uma das partes que receberá uma determinada cor de linha.
– Vá colando a linha sobre a aplicação de cola, utilizando o palito para ajudar. Coloque a linha sempre do centro para fora, de maneira que toda área fique preenchida.
– Faça a aplicação por partes, uma de cada vez. É trabalhoso, mas o resultado fica muito interessante…


Detalhe da colagem

Para finalizar, contorne o motivo com uma caneta permanente preta, de ponta fina, fazendo alguns detalhes como as folhas, arabescos e bolinhas e também o retângulo ao redor da árvore. Fixe a colagem na capa do caderno com cola branca e pronto!


BORDADOS DO HAITI – 251

Bom dia!

Bem, vocês talvez não se lembrem, mas eu comentei em julho que estava fazendo um curso de bordados do Haiti. Demorei bastante para finalizar o trabalho, mas finalmente consegui:


Bordado que eu fiz, a flor-coração, símbolo do meu ateliê

Esse trabalho é típico do Haiti e está ligado à tradição sagrada do Vodu, que é a religião majoritária do país, uma religião semelhante ao nosso Candomblé. Nessa religião é costume o uso de bandeiras bordadas com imagens das diferentes divindades e cenas religiosas, tanto nos cerimoniais e rituais como nos templos religiosos.

Pois bem, um dos maiores mestres dessa arte, o artista Yves Telémaque esteve aqui em São Paulo, expondo seus trabalhos no Museu Afro Brasil, e também deu algumas oficinas da técnica. Eu tive a satisfação de participar de uma delas.

Na foto eu apareço ao lado dele, que está sentado. O rapaz em pé é o Daniel, que foi contratado para ser uma espécie de tradutor durante o curso. O artista só fala o crioulo, idioma oficial do Haiti, língua que mistura um pouco de francês com um dialeto africano, por isso a aula praticamente foi com mímicas. O Daniel é do Senegal, e também não fala crioulo, mas ele e o Telémaque trocavam algunas ideias em francês e ele passava para o português.

Eu fiz o trabalho acima, a flor-coração do meu ateliê como uma pequena amostra da técnica. O trabalho consiste em contornar o desenho com um fio feito de contas, miçangas ou canutilhos e depois bordar os motivos, preenchendo-os com lanetejoulas e paêtes.

Não é complicado, mas é muito, muito trabalhoso. Acho que levei umas boas 20 horas (ou perto disso) para bordar o modelo acima, e olha que ele mede 18×22 cm apenas! Imaginem quanto tempo leva para bordar uma bandeira com desenhos ricamente elaborados e cheia de detalhes, na medida de 70×90, que era o tamanho padrão dos trabalhos expostos… Nem consigo imaginar!

O trabalho é feito em um bastidor, de forma que a parte de trás do tecido fique exposta para ser trabalhada, e esse bastidor deve ter uma medida um pouco maior que o tamanho do bordado que você irá fazer. O tecido utilizado é algodão cru fino e deve ser dobrado ao meio e preso no bastidor em camada dupla. Isso é importante para dar mais firmeza ao trabalho. Em seguida fazemos o desenho do motivo a lápis.

Primeiro preparamos o fio que irá contornar a área a ser bordada. O fio é uma linha de algodão mais grossa, n.10, e passamos cera ou parafina no fio para que as contas e miçangas corram melhor. Cortamos o fio num tamanho maior do que o tamanho necessário para contornar a área desejada e vamos colocando as contas ou canutilhos nesse fio.

Depois prendemos o fio no local desejado com um linha de algodão mais fina, com fio duplo, e a cada duas contas ou um canutilho, damos uma laçada prendendo o fio com as contas no tecido. É muito importante prender o fio de forma bem firme, sem que fique solto ou frouxo. O tempo todo é bom ir puxando o fio para ver se ele está bem posicionado.

Depois de prendermos todos os contornos de uma determinada área, preenchemos o bordado com lantejoulas ou paêtes, presos com miçangas da mesma cor. Temos que prender uma por uma, e para fazer os cantos e curvas, é necessário cortar as lanetjoulas ou paêtes para que caibam no espaços e não fique nenhum espaço vazio.

Achei mais interessante ir fazendo o trabalho aos poucos, ou seja, contornando um pouco e preenchendo os espaços em seguida, para não cansar demais. O trabalho pode ser um pouco monótono quando estamos fazendo a mesma coisa em uma grande área, mas essa monotonia é também interessante – e um tanto hipnótica. É como os mantras que são entoados, repetindo sempre as mesmas palavras, a gente entra em transe fazendo esses bordados…

Para o Telémaque sempre devemos utilizar a mesma cor de miçangas e lantejoulas ou paêtes, mas eu fiquei imagindo que também deve ser bem interessante fazer um jogo de sobreposições, utilizando cores diferentes. Na verdade eu até tentei fazer uma combinação assim, mas ele não deixou. Eu ia colocar miçangas amarelinhas com os paêtes brancos, mas ele trocou pelas brancas…

Bem, na verdade esse primeiro modelo foi apenas uma experiência, um treino e prática. Já mandei fazer uns bastidores maiores e até uma mesa de apoio para os bastidores e pretendo criar minhas próprias bandeiras, aí vou poder soltar a imaginação. Nas aulas eu sou uma aluna bem comportada, acatei tudo que meu professor falou…

O que posso dizer é que adorei conhecer o Telémaque, passei duas tardes bem agradáveis com pessoas interessantes e a possibilidade de trazer mais um universo de cores para o meu ateliê – o mundo das miçangas e lantejoulas – é muito legal!

Meu próximo trabalho de bordados haitianos até já está a caminho, vou participar de uma exposição no final do ano no Memorial da América Latina e pretendo juntar técnicas de diversos países latinos das américas, inclusive esse.

Já tenho em meu ateliê um cantinho especial para fazer esse trabalho, e pretendo montar uma exposição ano que vem só com essa técnica. Como é um trabalho demorado, tenho que começar logo a preparar as peças, e penso que o melhor é ir fazendo um pouquinho por dia. Adorei aprender essa técnica, não só pelo resultado final, mas também porque esse envolvimento com um trabalho de longa duração foi bem importante, algo que acredito estava faltando para mim.

É isso, pessoal, espero que tenham gostado… E até amanhã!


QUADRINHOS COM FELTRO – 249

Oi, pessoal, bom dia…

Agora sim o tempo esfriou por aqui, como, aliás, já estava previsto. A frente fria chegou e se não trouxe chuva, pelo menos a umidade voltou a melhorar, ainda bem. Aproveitei o domingo preguiçoso para ir ver a exposição do Keith Haring no Conjunto Nacional ontem a tarde, e nem preciso dizer que adorei…

Artista e ativista dos anos 80 e 90, Keith Haring ficou conhecido pelos desenhos feitos a giz no metrô de Nova York e pelos seus grafites. Seus traços, de figuras sem rosto e cenas muitas vezes provocativas, foram pintados em murais de várias cidades do mundo, e posteriormente suas gravuras e pinturas também ganharam espaço em importantes galerias e exposições de Artes Plásticas. O que mais me encanta no trabalho dele é o uso da serigrafia como um dos prinicipais meios de expressão, uma arte vibrante, cheia de cor e contornos em preto (como eu gosto), rápida, dinâmica…

Muito bom, então o domingo já valeu!

Mas chega de conversa, não é mesmo? Vamos à técnica do dia:


Quadrinho com coração em feltro

Eu andei fazendo alguns trabalhos diferentes com botões, e confesso a vocês que estou adorando voltar a “brincar” com agulha e linhas… Até gravei um vídeo divertido com botões, então depois dêem uma olhadinha na página MINIAULAS.

Os quadrinhos do post de hoje são bem fáceis de fazer. Com alguns retalhos de feltro, linhas e botões é possível fazer as imagens coloridas e com traços simples, e as molduras, feitas com tampas de caixas das quais usei apenas a parte de baixo em outros trabalhos, receberam um pintura feita com pátina branca sobre fundo escuro. Vejam como fazer:


Lateral do quadrinho

A pátina foi feita da seguinte maneira: pintei o fundo da peça com Médium envelhecedor na cor dark chocolate. Apenas apliquei o médium sobre a moldura de MDF e retireo o excesso com um pano. Depois passei cera branca na peça e depois de algns minutos apliquei tinta acrílica fosca branca. Aí é só deixar secar bem por algumas horas (de preferência de um dia para outro). E só então lixe bem com uma lixa n.220.

Para fazer a decoração do quadrinho, pegue um pedaço de feltro no tamanho do fundo da moldura (ou um pocuo maior). Escolha uma cor neutra, como o marrom que escolhi. Depois recorte nos retalhos de feltro coloridos as formas que desejar, como o coração, o retângulo e os detalhes coloridos do coração.

Escolha alguns botões de cores e tamanhos diferenres e que combinem com as cores dos feltros. Borde os apliques com linhas de cores contrastantes. Não é necessário bordar toda extensão dos apliques, apenas alguns pontos em alguns detalhes e os botões serão suficientes para prender os apliques ao tecido do fundo.


Outro modelo, mesma técnica

Escolha as cores dos feltros de acordo coam as cores dos botões… ou vice-versa.


Detalhe do quadrinho

Eu aproveitei uma série de sobras de materiais para fazer esses quadrinhos. Como faleim, as molduras são tampas de caixas das quais eu utilizei a perte de baixo em outros prjetos. Os retalhos de feltro e linhas podem ser de sobras de outros trabalhos, assim como os botões. E nem por isso eles deixam de ser bonitos e interessantes. Estou gostando das criações com feltro… e pretendo fazer mais!

Até amanhã, pessoal! Ah, e não deixem de assistir ao novo vídeo na página MINIAULAS.


CORES (TERCEIRA AULA) – 244

Oi, pessoal, bom dia…

Hoje termino a série obre cores que comecei na segunda-feira. Sei que parece até exagero chamar os posts que venho colocando aqui de aulas, na verdade são mais uma reunião de informações. Colocar isso em prática é que pode ser considerado uma aula. E é isso que vou tentar fazer hoje.

Para ilustrar, mais uma vez vou colocar fotos de serigrafias minhas, com os mesmos motivos e cores diferentes. Acredito que essas imagens possam ajudar vocês quando quiserem fazer uma composição com cores ou um estudo de cores para uma pintura:

Flores em amarelo

As cores podem ser ordenadas em um círculo ou escala cromática, muito utilizado para auxiliar os artistas na composição dos trabalhos. Nesse círculo as cores são colocadas lado a lado, as primárias, secundárias e todas as intermediárias entre elas. Ao dispormos as cores desse modo, encontraremos para cada cor, sua correspondente complementar, que é aquela cor que fica exatamente em frente à outra no círculo cromático.

Há uma ideia bastante difundida de que as cores complementares seriam naturalmente harmoniosas, mas essa ideia não está exatamente correta. Na verdade podemos dizer que as complementares são cores contrastantes e que a combinação delas, causando esse contraste, pode ser uma possibilidade de composição. Mas harmonia entre as cores é algo mais complexo, já que envolve também o equilíbrio entre a saturação das matizes, o contraste entre luz e sombra ou claro e escuro.

Porém, baseado nesse primeiro critério, das complementares no círculo cromático, sabemos que:

– O VERDE é a cor complementar do VERMELHO
– O VIOLETA é o complementar do AMARELO
– O LARANJA é o complementar do AZUL

Mesmo par de flores, agora com azul

Mas vale observar que o círculo cromático não nos indica apenas as cores opostas: todas as demais cores estão lá representadas, na exata posição em que devem ficar de forma que possamos passar por todas as cores na sequência exata em que elas se apresentam. Por exemplo: se partirmos do amarelo, até chegarmos ao magenta passaremos por diversos tons de laranja e vermelho. Se continuarmos seguindo na mesma direção até o azul cyan, encontraremos diversos tons de violeta e azul anil, e seguindo na deireção do amarelo passaremos pelos turquesas e verdes. Por isso, ao observarmos os círculo, encontraremos na direção oposta, a 180 graus, a cor complementar. E ao lado da COMPLEMENTAR, a cerca de 30 graus, tanto para direita como para a esquerda, encontraremos as cores CONCORDANTES, a creca de 60 graus para cada lado encontraremos as cores ACORDANTES e se nos afastarmos até 90 graus, também para ambos os lados, encontraremos as cores DISCORDANTES.

A cor COMPLEMENTAR, embora seja a cor com maior oposição à cor escolhida, e portanto a que cria maior tensão entre elas, pode também representar o equilíbrio em uma composição, já que há uma interação entre as matizes, o que falta em uma, encontra-se na outra. A visão de uma cor reforça o cromatismo da outra, ou seja, o amarelo fica mais amarelo na presença do violeta. Por isso a composição com as complementares pode ser positiva.

A cor CONCORDANTE tem esse contraste levemente diminuido, por isso a combinação entre elas pode ser mais harmoniosa.

A cor ACORDANTE ainda apresenta forte contraste cromático com a cor original, mas com menos concordância, já que se afasta mais do eixo central.

E, por fim, a cor DISCORDANTE, e que está, portanto na metade do caminho entre a cor original e sua complementar, são particulares porque não tem a conotação de complementaridade das demais cores ao mesmo tempo que ainda é bastante destoante da cor original.

Parece complicado? Bem, vamos tentar entender isso com exemplos. Olhando a cor AMARELO como a cor principal, encontraremos o violeta como complementar, sua cor oposta. O azul e o anil serão suas cores concordantes, ou seja, as cores que se afastam um pouco da complementar no círculo cromático, porém ainda estão bem opostas a ela. O turquesa e o magenta serão as acordantes, as cores que se afastam mais das complementares, e o púrpura e o verde serão as discordantes, as que estão na metade do caminho entre a cor principal e sua complementar.

Mesmas flores, agora em vermelho

A utilização de todas as cores, COMPLEMENTARES, CONCORDANTES, ACORDANTES OU DISCORDANTES pode ser beneficiada de acordo com a proporção de cada uma delas em uma composição. Por isso eu comentei ontem, não existem cores que não combinem. O que existe é uma combinação em proporções harmoniosas e que fica mais ou menos agradável ao ser observada.

E não existe apenas a matiz, existem também suas diferentes intensidades. A intensidade de uma cor é o quanto ela está pura, sem adição de branco ou preto. A cor mais intensa é, portanto, a cor pura. Quando adicionamos branco, dizemos que a cor foi dessaturada e quando adicionamos o preto dizemos que a cor foi rebaixada. A adição de branco clareia a cor, porém a faz perder sua capacidade de “colorir”, sua intensidade. E a adição de preto causa o mesmo efeito só que escurecendo a cor, ela também perde sua intensidade e capacidade de “colorir”. Se acrescentarmos ao mesmo tempo branco e preto (ou seja, cinza) a cor ficará neutra. As cores neutralizadas se aproximam dos tons pastéis, muito utilizados nas pinturas decorativas.

Aprendi com meu professor de aquarela (já falei dele em outros posts) uma regrinha básica para uma composição harmoniosa de cores:
1. Escolher a cor dominante
2. Usar discordantes em pouca quantidade e em igual intensidade que a cor original
3. Usar complementar e acordante em pouca quantidade e maior intensidade ou numa quantidade maior só que em tom rebaixado

Mas essa é apenas uma das regras, existem infinitas combinações que podemos fazer com as cores, combinando-as entre si e variando suas intensidades. As serigrafias que coloquei nesse post ilustram esse exercício muito bem, por isso as escolhi. Observem que as cores escolhidas para as flores e fundos segue essa regrinha: utilizei uma cor principal para a flor, que eu queria destacar, e na flor essa cor está bem intensa. O fundo de cada composição foi feito com sua complementar suavizada pelo branco, ou seja, dessaturada. E as folhas foram feitas com cores discordantes, também neutralizadas pela adição de branco ou cinza.


Flor em tons de magenta, fundo amarelo dessaturado (com branco) e detalhes feitos com suas cores discordantes e acordantes, turquesa (miolo da flor) e verdes neutralizados com cinza (folhas).

Viram? Não existem apenas as cores amarelo, vermelho, azul, verde e violeta, existem todas as cores entre elas e todoas podem ser suavizadas ou realçadas, não apenas coma adição de outras cores mas também eplo simples fatos de estarem dispostas lado a lado.

O que eu posso dizer a vocês é que o que escrevi sobre cores nesses três posts é apenas uma pequena pincelada sobre esse assunto. Eu ainda tenho muito mais para compartilhar com vocês e com certeza muitíssimo mais para aprender sobre o assunto. Mas por hoje é isso, que essas primeiras considerações sobre o tema sejam um estímulo para vocês procurarem mais informações sobre o tema. As imagens dos círculos cromáticos que ilustram esse post foram encontradas na internet. Aliás, existe um infinidade de sites sobre o cores que vocês também poderão consultar.

Até amanhã, pessoal!


CORES (SEGUNDA AULA) – 243

Oi, pessoal, mais um bom dia para vocês… Na verdade, uma boa tarde agora. Me atrasei…

Vamos lá, continuando o post de hoje, vou falar um pouquinho mais sobre cores, sobre as sensações que elas nos causam e sobre a influência delas no ambiente. Para ilustrar, mais serigrafias:


Flores em amarelo

Muitas vezes as pessoas me perguntam, em aulas e workshops, como combinar as cores, que cor fica bem com que outra cor, como usá-las na decoração. E a maioria diz que não sabe como escolher as cores. Dias atrás eu estava comprando tintas para pintar a parte externa do meu ateliê de serigrafia, e conforme o vendedor ia preparando as tintas na máquina, ia colocando as latas com a tampa vazada mostrando a cor de cada tinta no chão. Aí chegou uma moça que estava procurando tintas para pintar a sala de sau casa e ela ficou encantada com aquelas cores todas, uma ao lado da outra (eram 18 ao todo). Ela ficou agitada vendo aquelas cores todas e começou a me perguntar se eu ia pintar minha casa com aquelas cores, como eu iria combiná-las, como eu iria usar tantas cores e, por fim, ela disse que queria escolher duas cores para pintar parte da sala que já tinha uma parede em azul e pediu uma sugestão.


Mesmas flores, outras cores

O exemplo acima só demonstra como as pessoas ficam anisosas diante das cores, e ouso dizer, sem motivos. E por que digo isso? Porque de fato não existem duas cores que não fiquem bem juntas. Pode apostar. Vou reproduzir o texto do livro “Da Cor à Cor Inexistente”, que já mostrei antes: “Assim como não existe em termos absolutos uma qualificação de cor bela e de cor feia, não existe também dupla de cores irreconciliáveis, impossíveis de serem combinadas. Uma cor combina com outra por afinidade, semelhança, aproximação etc, ou por contraste, dessemelhança, oposição etc.“. E quem vai discordar dessa afirmação? Adoro essa frase!

Bem, claro que existem artifícios e maneiras de se aproveitar das sensações das cores para tirar maior proveito das composições para que elas sejam mais harmoniosas e agradáveis. E para compreender isso, nada melhor do que entender um pouco mais as sensações que as cores nos causam.

Vou utilizar abaixo algumas das definições mais amplamente conhecidas sobre as sensações que as cores nos causam. Essas definições são utilizadas por profissionais de diversas áreas em seus trabalhos: psicoterapeutas em suas clínicas, decoradores e arquitetos em suas construções, designers em seus projetos, publicitários em suas campanhas etc. E, naturalmente, artistas e artesãos, ou seja, profissionais das artes visuais também podem se beneficiar desses conhecimentos.

– Amarelo: o amarelo é a cor da agitação, do movimento. Naturalmente, por ser a cor do sol (ou pelo menos a cor a ele associada), tendemos a ver essa cor como a cor da energia. Também associamos aos sentimentos de fome e urgência, por isso é uma cor muito presnete em restaurantes fast-food.

– Verde: o verde é a cor mais presente na natureza e por isso representa a HARMONIA, o equilíbrio. É uma cor que favorece a tranquilidade.

– Violeta: é uma cor de vibração intensa, porém, por ser mais rara na natureza (e também um pigmento difícil de ser obtido), as cores como o violeta e o roxo podem ser cansativas e devem estar presentes em quantidades menores nos ambientes para não criar um certo desconforto. Por outro lado, é uma cor que sugere raridade, o que é positivo.

– Azul: o azul é a cor da introspecção, do recolhimento. É também uma cor favorável á quietude, ao estudo, ao silêncio. E, naturalmente, tais sensações estão diretamente ligadas o fato do céu ser azul.

– Vermelho: é a cor de maior expansão, ligada aos sentimentos passionais (é a cor do sangue), é estimulante e ligada às comunicações. Por isso tantos avisos, placas, sinais e folders levam essa cor. Por ser estimulamte, também deve ser usada com moderação em determinados ambientes para não criar uma agitação extrema.


Outro modelo de serigrafia com flores

E justamente porque as cores são sensações é que os mesmos motivos pintados com combinações diferentes de cores podem paracer tão distintas, como vocês podem observar nos modelos que coloquei aqui.


Mesmo modelo, outras cores

Amanhã vou encerrar a sequência de posts sobre cores com orientações de como combiná-las e algumas dicas práticas de como escolheras a cores para seus projetos em seu ateliê. Não deixem de passar por aqui, ok?

Até amanhã!


CORES (PRIMEIRA AULA)- 242

Oi, pessoal, bom dia.

Hoje vou falar um pouquinho sobre as cores as sensações que elas nos causam. Não que eu seja uma especialisat no assunto, mas já li bastante coisa a respeito. Além disso meu trabalho é todo baseado na composição de cores, então acho que posso passar algumas das minhas experiências com vocês, como já fiz, inclusive.

Já falei (e até ilustrei com fotos aqui, no post de n.196, de 14/07) para vocês como é meu processo de composição com as cores, mas hoje vou me aprofundar um pouquinho mais sobre o tema, e até colocar aqui algumas definições. Para ilustrar o post, aí vão algumas das minhas serigrafias:


Serigrafia de peixes em tons de rosa e azul com moldura branca

O estudo das cores pode ser bastante técnico – se formos olhar para o lado científico e enxergar as cores exatamente como elas são, fisicamente falando, as cores não existem de fato, elas são a percepção que temos da luz. Uma definição física da cor é “sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão” (extraído do livro Da Cor à Cor Inexistente, de Israel Pedrosa).

Pois bem, se até em sua definição original a cor é percepção, imaginemos agora em termos artísticos ou estéticos. A cor é exatamente isso, sensações visuais (e por que não dizer também, emocionais). As cores são aquilo que elas nos provocam. Então uma mesma imagem pode ser percebida de maneiras muito diferentes se mudarmos as cores que a compõe. E mais que isso, uma imagem com cores também sofre interferência das outras cores que estão ao seu redor, das cores do ambiente.


Serigrafia peixes em tons de vermelho e azul com moldura preta

Nos dois modelos acima a mesma imagem foi impressa com combinações diferentes de cores. Na primeira escolhi tons mais suaves, mais pastéis e o resultado foi uma imagem mais “expandida”, com os elementos saltando para fora.

No segundo modelo trabalhei com tons mais puros e fortes, laranja, amarelo, vermelho e azul. O resultado é uma figura mais compacta, com os elementos em “tensão”. Para acentuar ainda mais essa percepção tão diferente das duas imagens, comparem o efeito da primeira gravura, emoldurada com uma moldura branca, que acentua ainda mais essa ideia de expansão, ao passo que no segundo quadro, com a moldura preta e mais estreita a figura parece até encolher, embora as duas gravuras tenham exatamente a mesma medida.

Pois é, não apenas percebemos a luz de maneiras diferentes, determinando assim cada cor, como também podemos combiná-las e ordená-las de maneiras muito particulares, acentuando ainda mais essas senações.


Primeira gravura sem moldura


Segunda gravura sem moldura

Observem que as gravuras acima, sem as molduras, também são percebidas de forma bem distinta.

Agora vamos entender um pouquinho mais esse universo das cores através de algumas definições básicas aplicadas à pintura, ou seja, vou falar aqui sobre as cores utilizadas em tintas e pigmentos, o que é diferente da cor óptica, afinal é isso que nos interessa, não é mesmo?

– Matiz: é a cor pura, primária. Essas cores são também chamadas de indecomponíveis, justamente porque não podem ser obtidas a partir de outras cores. Essas cores são o amarelo, o azul e o vermelho. também são conhecidas como cores primárias.

– Cor secundária: é a cor formada pela mistura de duas cores primárias. As secundárias são: larnaja (mistura de amarelo e vernelho), verde (mistura de azul e amarelo) e violeta (mistura de azul e vermelho).

– Cor terciária: é a cor intermediária entre uma cor secundária e qualquer uma das duas primárias que lhe dão origem. Ao observar um círculo de cores é possível ver uma variedade muito grande de cores intermediárias.

– Cores quentes: são o vermelho e o amarelo e todas as demais cores em que essas cores predominem.

– Cores frias:são o azul e o verde, bem como outras cores predominadas por eles.

Observação: Os verdes, violáceos, carmins e uma infinidade de tons poderão ser classificados como cores frias ou quentes, dependendo da porcntagem de azuis, amarelos e vermelhos em sua composição.

– Luminosidade:
é o grau de claridade de uma cor, em uma escala que vai do branco ao preto (acréscimo mínimo e máximo de brano e preto)

– Saturação: é apureza da cor. Diluir a matiz em água ou misturá-la a outro solvente ou pigemento reduz sua saturação.

Outro modelo de serigrafia de peixes, copm predominância de azuis e vermelhos


Mesmo modelo acima, com outras cores

Vocês percebem como as imagens ficam muito diferentes de acordo com a combinação das cores, das cores que estão ao seu lado? Pois é, por isso é que, ao fazer uma composição de cores, é tão importante quanto escolher as cores dos elementos (figuras), escolher as cores do fundo da pintura ou motivo.

Mas existem muitas outras definições de cores e seu papel nas composições, e vou continuar falando sobre esse tema no post de amanhã, então não deixem de acompanhá-lo, ok?

Ah, e vejam as fotos de alguns dos meus inseparáveis livros sobre o tema: