Ontem fiz uma coisa que há muito tempo não fazia, fui ao cinema. Pode parecer exagero, mas para alguém que é apaixonada por cinema como eu, ficar dois meses sem entrar numa sala é uma tortura. Mas nesses dias de pouca poesia, eu já tinha até me esquecido de como é inspirador assistir a um bom filme.

Bem, o fato é que aproveitei a companhia da minha filha (adoro quando ela vem do interior e saimos só nós duas, para fazer um programinha de “meninas”) e fomos assistir ao filme “Brilho de uma Paixão”. Fomos assim, meio despretensiosamente, mais pelo horário e local do que pelo filme, mas acabamos surpreendidas por uma história delicada, personagens interessantes e pelo tema do filme.

O filme conta a história verídica do amor entre o poeta inglês John Keats e sua musa e vizinha Fanny Brawne, uma jovem apaixonada por moda e artesã talentosa, que desenhava e costurava suas próprias roupas com muita criatividade e capricho. As cenas em que ela aparece bordando cuidadosamente são belíssimas, e para pessoas apaixonadas por artesanato como nós, são realmente inspiradoras.

Bem, o nome do filme em português é um grande erro, porque o nome original, “Bright Star” (estrela brilhante), que é também o título de um dos poemas que ele escreveu para Fanny, traduz muito melhor a dimensão do sentimento que havia entre os dois. O poema mostra como as pessoas que são importantes para nós podem transformar nossas vidas de forma definitiva.

John Keats era um poeta pobre e desconhecido em seu tempo, e acabou morrendo muito jovem e sem reconhecimento, mas tornou-se um dos mais importantes representantes do Romantismo anos depois. E sua amada, Fanny, foi privada de seu amor, mas o sentimento que ela experimentou por ele não mudou apenas sua vida, mas certamente ficou impresso em seus trabalhos também.