Guia Bons Negócios – A produção do artesanato

Guia Bons Negócios – Como montar seu próprio negócio em artesanato
Por Cristina Bottallo

A produção do artesanato – Definindo seu produto e clientela

Você deve definir que produto artesanal pretende comercializar levando em conta uma série de fatores:

– Suas habilidades pessoais: de nada adianta você optar por um produto que não é sua especialidade. No ramo do artesanato a qualidade do trabalho é fundamental, portanto só coloque à venda peças feitas com técnicas que você realmente domina. E lembre-se, quem faz tudo na verdade não faz nada. Explicando, se você quer fazer um pouco de cada coisa, saiba que será mais difícil se colocar no mercado. A especialização pode reduzir os custos de investimentos com matéria prima e equipamentos, agilizar a produção e facilitar muito a venda de suas peças, já que você e seu trabalho terão uma identidade própria e bem definida, com um público também definido. E invista muito em sua formação. Faça cursos, procure se informar de eventos ligados à sua área, não deixe de se atualizar. Reserve sempre um período do mês para dedicar-se à criação de novos projetos e melhoria de sua linha. Não fique estagnada (o). Seu trabalho corre sérios riscos de ficar desatualizado, caso isso aconteça.

– Seu gosto pessoal: qualquer atividade manual requer habilidade, mas além de habilidade é necessário também que você goste de produzir o artesanato que pretende comercializar, para que sua produção não acabe transformando-se em um sacrifício. Não tente trabalhar com esta ou aquela técnica somente porque tal produto está na moda ou em evidência. Você corre o risco de cansar-se rapidamente da atividade e colocar todo seu trabalho a perder. E procure manter-se “antenada” (o) com as novidades que surgirem no seu ramo ou especialidade. Visite sites especializados, procure revistas, visite feiras e lojas para ver o que estão fazendo dentro desse segmento. Não deixe de se atualizar, afinal seus concorrentes estarão sempre de olho em sua fatia do mercado, não se esqueça disso.

– Capacidade de trabalho: é imprescindível que você tenha condições de produzir seu artesanato na mesma velocidade da demanda, ou seja, da procura por ele. Caso seja necessário, terceirize a mão de obra repassando uma ou mais etapas do trabalho para ajudantes, que podem ser remunerados por peça produzida. Algumas técnicas não requerem nenhuma acomodação especial, enquanto que outras pedem mesas, bancadas ou equipamentos próprios, por isso leve isso em consideração também, ou seja, verifique se os seus ajudantes terão condições adequadas de trabalho. E invista muito no treinamento para que a qualidade dos produtos seja sempre a melhor. Mantenha um rigoroso controle de qualidade, um pequeno deslize pode causar sérios transtornos com seus clientes.

– Adequação ao mercado: da mesma maneira que não devemos optar por um trabalho simplesmente por estar “na moda”, não podemos deixar de considerar tendências do momento. De nada adianta fazer, por exemplo, objetos de madeira laqueados em tons escuros se a tendência na decoração atual são as pátinas bem leves e claras. P{ara manter-se atualizada (o), consulte regularmente revistas especializadas, visite lojas e ateliês de decoração e design. Adapte seu trabalho ao mercado – pequenas alterações na sua linha de produção podem fazer toda diferença – mas sempre mantenha seu estilo e características próprias, é isso que diferencia um trabalho artesanal de um industrial. Evite produzir peças que poderão ser fabricadas em série facilmente, porque, fatalmente, alguém irá produzi-las com um preço muito mais baixo e seu trabalho ficará inviável para ser produzido.

E quanto aos clientes? Vendas no varejo ou atacado?

Quanto à sua clientela, defina se você pretende atender diretamente o público consumidor, ou sejam vender no varejo ou se pretende atender aos lojistas, repassar seu trabalho para empresas que irão comercializá-los, vendendo no atacado.

Ambos os perfis têm vantagens e desvantagens.

Nas vendas no atacado você poderá se concentrar mais na produção do que na captação de novos clientes, atividade que demanda bastante empenho e tempo do artesão. Por outro lado você ficar a mercê de um número restrito de clientes, que podem. de uma hora para outra, deixar de comprar seus produtos. Além disso, o preço para as vendas no atacado devem ser, naturalmente, mais baixo, já que haverá um atravessador entre seu produto e o consumidor final, por isso a linha de produção deve funcionar melhor, ser mais eficiente para que você possa produzir mais com muito menos empenho de tempo e mão de obra.

Já nas vendas no varejo seu produto pode ter um valor melhor, e você pode, ainda optar por fazer peças únicas e exclusivas. Mas você terá que dedicar-se mais à busca de clientes, ou ter um ponto de venda próprio. Pode ser mais inseguro, porém também mais vantajoso. Mas vejam que a escolha do perfil de cliente também é definida em parte pelo perfil do produto que você oferece. Se você trabalha com a pintura de painéis para quartos infantis, por exemplo, pode ter uma clientela no varejo muito boa e conquistada na base da divulgação “boca a boca”, quando um cliente indica outro. Mas nada impede que você também tenha contato com alguma loja de decoração que trabalhe com seus serviços.

Mas vá pensando nisso, como você imagina vender seus produtos, porque irei falar mais sobre isso amanhã, no próximo capítulo desse Guia de Bons Negócios. Até lá!


5 comentários em “Guia Bons Negócios – A produção do artesanato”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.